Novo integrante do blog Cia do Leitor

Boa noite amigos do Cia

Como tenho anunciado aos 4 cantos da net, estamos em festa, 2 anos de blog é algo pra se comemorar com alegria e satisfação. E nessa época feliz, tenho o prazer de apresentar-lhes o mais novo membro do blog Cia do Leitor.

Foi com muito orgulho e felicidade que convidei um anjo que tem estado em minha vida virtual por tantos anos para fazer parte do Cia, o conheci em um site de amizade que já está até fora do ar seu nome era: 1º Grau, depois que o site acabou, migramos todos para outro cantinho que até hoje nos encontramos, bem, não com a mesma frequência, mas, ainda insisto em passar por lá. Conhecem Gaia Online? Sou conhecida lá como Natsumi do Po, a Vó de uma família de jovens e adolescentes loucos por Game, Anime, mangás e RPG. Está explicado porque sou a vó da família, sou a mais velha de todos..rsrs Qual o nome da família?? "do Po" agora pensem como ficou meu nome "Natsumi do Po" ou "Vó do Po", depois explico como surgiu esse intrigante sobrenome. 

Fato que, nessa jornada, tive o prazer de conhecer um menino que agora cresceu e se tornou um homem, e a amizade prevalece forte até hoje. Esse anjo é conhecido no tal site "Gaia Online" como Piter Sama do Po, um dos meus 397 netos "do Po", mas no mundo real seu nome de batismo é Piter Monteiro, um rapaz culto, inteligente, sonhador, guerreiro e bom filho, irmão e amigo. Hoje tenho o prazer, honra e orgulho de apresentá-lo como o mais novo membro/resenhista do blog Cia do Leitor. 

Recebam então com uma salva de palmas! 

PITER MONTEIRO

"Sou formado em direito, adoro música, séries e livros. Meus gêneros literários preferidos são todos os que envolvam terror, suspense, elementos sobrenaturais ou fantasia. Sonho em me estabilizar financeiramente para conseguir escrever meus próprios livros e conseguir também mais tempo livre pra viajar por todos os mundos e viver as incríveis aventuras que só a combinação de palavras e imaginação podem nos proporcionar."

Claro que ele fez questão de estrear sua participação no blog com uma belíssima resenha de um livro que almejo ler e é muito apreciado pelos leitores de todo o mundo. Então vamos apreciar a primeira resenha pública de Piter Monteiro do livro "A Menina que roubava livros"

“Quando a morte conta uma história, você deve parar para ler.”

A Menina que roubava livros.
Markus Suzak.
Editora: Intrínseca
Páginas: 480

Sinopse: Ao perceber que a pequena Liesel Meminger, uma ladra de livros, lhe escapa, a Morte afeiçoa-se à menina e rastreia suas pegadas. A mãe comunista, perseguida pelo nazismo, envia Liesel e o irmão para o subúrbio pobre de uma cidade alemã, onde um casal se dispõe a adotá-los por dinheiro. O garoto morre no trajeto e é enterrado por um coveiro que deixa cair um livro na neve. É o primeiro de uma série que a menina vai surrupiar ao longo dos anos. O único vínculo com a família é esta obra, que ela ainda não sabe ler. Assombrada por pesadelos, ela compensa o medo e a solidão das noites com a conivência do pai adotivo, um pintor de parede bonachão que lhe dá lições de leitura. Alfabetizada sob vistas grossas da madrasta, Liesel canaliza urgências para a literatura. Em tempos de livros incendiados, ela os furta, ou os lê na biblioteca do prefeito da cidade. A vida ao redor é a pseudo-realidade criada em torno do culto a Hitler na Segunda Guerra. Ela assiste à eufórica celebração do aniversário do Führer pela vizinhança. Teme a dona da loja da esquina, colaboradora do Terceiro Reich. Faz amizade com um garoto obrigado a integrar a Juventude Hitlerista. E ajuda o pai a esconder no porão um judeu que escreve livros artesanais para contar a sua parte naquela História.

Resenha:

“A menina que roubava livros” é um belíssimo trabalho que conta a história de Liesel Meminger, uma órfã alemã de 10 anos adotada por um casal pobre num país em guerra. Tirando todos os contras do início dessa história que já conta com o primeiro furto da menina em meio ao velório de seu irmãozinho, a nossa pequenina cria forças e consegue reconstruir seu mundinho fazendo da fria rua Himmel seu lar. Conforme passamos as páginas somos transportados para a Alemanha nazista e vivemos ao Lado da roubadora de livros todas as suas aventuras e descobertas adolescentes e acabamos por nos apaixonar com ela por todos os personagens secundários, principalmente pelo pequeno Rudy e por seus livros furtados.

No desenrolar dos fatos Liesel se vê diante de uma situação assustadora e interessante, seus pais escondem Max, um judeu, no porão. O “crime” que na época poderia resultar em uma sentença de morte para todos os envolvidos magicamente reparte o mundo da menina em dois e ao mesmo tempo em que a nossa protagonista vive uma vida “normal” da porta pra fora, desta para dentro ela aprende a ler com o pai ensina ao judeu aprisionado em sua casa o valor de uma verdadeira amizade.

Como todos sabemos infelizmente nem tudo são flores nos livros, como não o são na realidade. Nesse livro especialmente a espera pelo momento de crise, o possível momento em que tudo ruiria, a vida de todos estando em risco diariamente, a morte passeando pela cidade e podendo levar qualquer um a cada ataque inimigo traz uma angústia, um medo que para o leitor se torna real, principalmente quando o amor adolescente aflora em meio à guerra que chega à rua Himmel.

O primeiro fato que me chamou atenção a respeito desse livro foi que seu narrador é ninguém menos que a própria morte. A mesma que estampa a capa do livro. A morte segue Liesel através dos anos e nos mostra os fatos sob seu peculiar ponto de vista. Ver a vida através dos olhos da morte traz uma impressão bem vívida do que está acontecendo conforme lemos o que de fato emociona o leitor.

Aliás nesse livro contamos com dois pontos de vista únicos e por isso maravilhosos. O criado pelo ser sobrenatural anteriormente descrito e o proveniente dos inocentes e imaginativos olhos de uma criança. A inocência infantil é a única fonte verdadeira capaz de nos mostrar as sutilezas da felicidade encontrada nos mais simples detalhes do cotidiano, detalhes que para um adulto passariam despercebidos. Essa noção é de extrema importância no livro que traz em si um tema pesado, mas do modo como foi contada a história me fez rir sozinho muitas vezes. Os personagens não possuiam quase nada de valor real, na maioria das vezes sequer o que comer devido ao racionamento da guerra. O livro é muito realista e por isso brutal em partes, mas lindo no todo.

Impressões adicionais:

Fisicamente o livro é de ótima qualidade. A capa, nem tenho palavras, simples como a história e como tal muito bonita e bem trabalhada de um simbolismo profundo. Os capítulos são divididos em 10 partes de uma forma delicada que torna a leitura muito leve e gostosa. Uma sacada incrível foram os manuscritos do Max parecerem reais com desenhos “originais” e letra à mão, achei essa parte fantástica, era como receber cada livrinho feito à mão pelo próprio judeu de presente para o leitor. É de parar de ler pra namorar as páginas e pensar: “nossa, ele fez isso pra mim”. (rs)

Difícil encontrar defeitos no livro. Percebe-se que a história montada foi o resultado de um árduo trabalho. Mas se tivesse que citar algo que não me agradou diria que não gostei do modo como a morte acabou revelando um detalhe do fim da história. Eu gosto de surpresas. Mesmo assim o fim não foi menos emocionante.

Para mim esse livro é uma obra de arte. Recomendadíssimo. ;)