Páginas

sexta-feira, 28 de março de 2014

Resenha: Tigana - A Lâmina na Alma - de Guy Gavriel Kay


Tigana  
A Lâmina na Alma
Guy Gavriel Kay
Editora Saída de Emergência
Páginas: 326
Sinopse: "Tigana é uma obra rara e encantadora onde mito e magia se tornam reais e entram nas nossas vidas. Esta é a história de uma nação oprimida que luta para ser livre depois de cair nas mãos de conquistadores implacáveis. É a história de um povo tão amaldiçoado pelas negras feitiçarias do rei Brandin que o próprio nome da sua bela terra não pode ser lembrado ou pronunciado. Mas anos após a devastação da sua capital, um pequeno grupo de sobreviventes, liderado pelo príncipe Alessan, inicia uma cruzada perigosa para destronar os reis despóticos que governam a Península da Palma, numa tentativa de recuperar um nome banido: Tigana. Num mundo ricamente detalhado, onde impera a violência das paixões, este épico sublime sobre um povo determinado em alcançar os seus sonhos mudou para sempre as fronteiras da fantasia."


Resenha:

“Tigana” é um mundo de aventura e fantasia construído detalhadamente pelo autor e direcionado a todos aqueles que adoram se perder em descobertas e tramas imprevisíveis.
Há muitos anos atrás, a terra era livre e a magia corria pelas veias dos povos e se manifestava através de alguns. Nesse tempo, dois grandes magos ascenderam. Brandin, Rei de Yghath, e Alberico, o conquistador. Ambos queriam dominar todos os países da península da Palma. E assim o fizeram, destruindo quem a eles se opusessem. No entanto, uma província ainda se mantinha livre: Tigana.
Com a honra de um povo que morreria para proteger a liberdade de seus descendentes os moradores daquela terra conseguiram enfrentar e derrotar o exército enviado pelo rei Brandin. Inclusive matando seu filho mais amado: Stevan.
Ao saber da morte prematura de seu filho, Brandin, tomado por uma imensa dor, abandonou tudo o que estava fazendo, permitindo que Alberico tomasse as terras pelas quais estava batalhando até então, e se virou contra Tigana e seu povo que havia matado um de seu sangue. Seu mais querido filho.
Brandin era poderoso, e usando de sua força e magia aniquilou completamente aquela terra, para ele traiçoeira. Destruiu tudo o que ali havia e lançou, sobre o que dela restou, uma maldição terrível: o esquecimento. Ninguém jamais se recordaria que um dia aquela terra foi produtiva e avançada. Ninguém se lembraria sequer de seu nome. E assim todos os sobreviventes vagaram pela terra, perdidos em suas memórias apagadas.
Nesse mundo Devin cresceu, na província de Asoli. Um menino pobre com uma bela voz e talento para as artes acabou entrando para uma trupe itinerante de grande sucesso onde conheceu Catriana, uma jovem de cabelos ruivos, por quem ficou completamente encantado. Mas as coisas não seriam simples. Essa paixonite o levou a estar no lugar errado, na hora errada. Devin ouve o que não deveria e acaba se envolvendo em uma trama além de sua imaginação que mudará toda a sua vida.

Ao mesmo tempo que revelações são feitas, os homens poderosos da Palma tramam contra os tiranos que a governam com mãos de ferro. E dessas relações conturbadas e improváveis nós podemos esperar muitas surpresas.

“Se algo puder ser lembrado, então não está completamente perdido”.
A segunda parte do livro conta com a perspectiva de Dianora, uma mulher que esconde muitos segredos em seu passado sofrido e que acabou vivendo na Saishan do rei de Ygrath (Saishan é uma espécie de harém).

Dianora saiu de sua terra condenada e se disfarçou durante anos para se aproximar do homem que havia devastado tudo o que ela um dia amou. No entanto, ao estar na presença deste tirano, e em sua cama, a bela jovem se apaixonou perdidamente por ele. Agora, embora seu coração lute contra ela, a moça sabe que terá que matá-lo.

Impressões:
Fisicamente o livro é de excelentíssima qualidade. Com uma perfeita impressão em folhas cor creme. A capa é muito bonita e chamativa: mostra um homem (que parece muito com o Dean Winchester do “Sobrenatural”) e ao fundo uma foto do que me parece ser a Itália. O livro traz também dois mapas da península da Palma para acompanharmos, o que sempre me agrada.
Esse é o primeiro livro de uma série, e eu classifico a história em si como muito boa. Realmente o trabalho de construção dos personagens, ambientes, ações e relacionamentos é impecável. Eu poderia compará-lo às crônicas de gelo e fogo e ficaria muito feliz de ver um seriado saindo dessas páginas. Tem potencial.
O que precisa ser dito sobre esse livro: Os capítulos são grandes. O livro inteiro tem apenas 10 deles. É uma leitura relativamente demorada. Para quem realmente curte o estilo, é incrível. Mas acho que uma divisão melhor teria deixado o livro mais leve.
A divisão em três partes também não me agradou. A primeira parte é boa, mas a segunda é fantástica. A história da Dianora me fisgou de tal modo que a devorei em dois dias, enquanto o resto eu demorei bem mais. Acho que se a parte 2 viesse antes, ou misturada com a primeira teria deixado a história mais fluída. Se eu fosse reler o faria começando da parte 2 e então leria a 1 e a 3. Que são continuação uma da outra e são praticamente independentes da 2.
O livro se ambienta em meio ao presente dos personagens se misturando ao passado. Muitas memórias surgem a todo o momento. São memórias muito interessantes, mas que me fazem perder o foco da cena principal. Às vezes fica complicado, porque retorna de uma memória pro presente sem avisar e você acaba se perdendo por uns segundos. Já que iam dividir em volumes, poderiam ter contado toda a história do passado nesse primeiro e deixava o presente pro segundo.  Dá pra ler normalmente. É ótimo. Mas poderia ser melhor.
Uma coisa que senti muita falta foi de um glossário. Ou uma parte que explicasse sobre o mundo em que nós estamos entrando. Pois o livro possui muitas particularidades, detalhes próprios do mundo deles e o leitor tem que ficar quebrando a cabeça pra entender do que diabos eles estão falando. Por exemplo Khav, Saishan, os Deuses, dinheiro próprio, enfim... É complicado, até você ir se adaptando.
No todo eu adorei a leitura. Acho que tem todos os elementos necessários para fazer sucesso e agradar os leitores mais exigentes.  Recomendo e espero que todos venham a ter a oportunidade de ler essa história fantástica de um povo que luta contra a opressão e principalmente contra o esquecimento de sua própria história.

3 comentários:

  1. É a segunda resenha que leio sobre Tigana que fala sobre a desordem do livro hehehehe sobre como é um livro complicado,mas ao mesmo tempo fantástico.... estou com ele para resenhar à arqueiro e cada vez que leio as resenhas,mais eu fico com vontade de ler \o/
    ÓTIMA RESENHA! Parabéns *.*
    Beijosss....
    http://fomevontadeler.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  2. Oi.

    Já vira várias resenhas do livro, mas ainda não sei se conseguiria ler a série.
    Bom, e se eu ler espero gostar muito, pois odeio abandonar livros.

    Beijos
    http://fernandabizerra.blogspot.com.br

    ResponderExcluir
  3. Oi Piter,
    tudo bem?
    Nossa, eu comecei a ler a resenha e você colocou a história de forma muito empolgante, eu li de um fôlego só. Mas depois nas suas impressões, pareceu que o autor não conseguiu apresentar o enredo da melhor forma.
    mesmo assim, eu gostei muito da história, vou anotar a dica.
    beijinhos.
    cila-leitora voraz
    http://cantinhoparaleitura.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir

Vamos ficar super felizes com seu comentário.
Já estamos até sentindo sua falta!
Volte logo tá?
Bjão
Equipe Cia do Leitor