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segunda-feira, 23 de junho de 2014

O homem duplicado – José Saramago

O homem duplicado 
José Saramago  
Companhia das Letras

Sinopse: O que você faria se descobrisse que tem um sósia, alguém que é o seu retrato fiel, o mesmo rosto, o mesmo corpo, a mesma voz? Na sua cidade moram cinco milhões de pessoas, surpreendente seria não haver duas iguais, embora, esclareça-se desde logo, esta história nada tenha a ver com experiências de clones humanos gerados no laboratório de um cientista louco. O que fará Tertuliano Máximo Afonso, o sossegado professor de história que, numa noite tumultuada, se vê reproduzindo, como em um espelho, no ator secundário de um filme? Seu interlocutor privilegiado, não à toa chamado Senso Comum, aconselha-o a não ir em busca da cópia de si mesmo. Mas nem todos primam pela sensatez, por isso o mundo está do jeito que está.A essa mesma conclusão desabusada chegará o leitor que acompanhar o extraordinário caso de Tertuliano, o homem duplicado. Pois as singularidades são irredutíveis, e quando um rouba a individualidade do outro, ainda que simbolicamente, ambos perdem a identidade, sem a qual ninguém vive. O professor de história ou o ator: um dos dois abriu a caixa de Pandora; um dos dois está sobrando.

Resenha

Minha segunda experiência com Saramago, a primeira foi com Ensaio sobre a cegueira, que gostei muito. Apesar do jeito peculiar de escrever do autor e a leitura ser cansativa, não consigui abandona-lá. Foi muito difícil para mim que tenho TOC de ter que terminar o capítulo para poder parar a leitura, sendo os livros de Saramago sem capítulos, indo direto e com parágrafos longuíssimos.

Na trama temos o protagonista Tertuliano Máximo Afonso, um professor de história, um homem entediado com sua vida e recém saído de um relacionamento que não tava dando certo. 

Tertuliano ao ver um filme indicado por um colega de trabalho se depara com um figurante idêntico a ele, deixando-o muito intrigado, então ele arruma outros filmes da mesma produtora para ver se consegue descobrir o nome do autor.Depois de muito trabalho Tertuliano descobre que o nome do ator é Daniel Santa-Clara e começa a busca frenética para localizá-lo.

Quem já leu Saramago sabe que ele gosta de falar sobre o comportamento humano, então fica a dica para filosofar no final do livro, pois com certeza o leitor se pegará pensando no final, se entendeu a mensagem. É aquele tipo de final não esclarecido nos mínimos detalhes, o autor dá dicas durante a trama onde o leitor deve prestar bastante atenção ao detalhes e ao sentido figurativo.

Eu confesso que fiquei pensando muito naquele final e busquei também a opinião de outros leitores para então chegar a uma conclusão da mensagem enviada pelo autor. Eu particularmente achei sensacional e com certeza irei ler mais livros desse brilhante autor.

Lembrando que filme estréia dia 19 de junho e com certeza estarei lá para prestigiar tão grandiosa obra.

Alguns quotes:

"Se dormes na mesma cama com uma mulher que te ama e não te abres com ela, pergunto-te que estás a fazer ali." 

"A história não seria a vida, apenas um dos possíveis retratos dela, parecidos, sim, mas nunca iguais.”

"Não é raro que o senso comum se equivoque nas seqüências, para o mal depois de ter inventado a roda, para o pior depois de ter inventado a bomba atômica."

Recomendo a leitura para quem gosta de filosofia junto a uma boa trama. Não recomendo para quem gosta de livros de fácil entendimento e escrita.

Um comentário:

  1. Confesso que não tinha o conhecimento dessa obra e gostei do que li aqui.
    Na verdade não conheço nenhum livro de Saramago, tenho que começar por algum e nada melhor pelo que você me apresentou hoje.
    Anotado.

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Bjão
Equipe Cia do Leitor