Oi Oi, pessoal!!
Recebi da Editora Arqueiro, nossa parceira, o livro AMALDIÇOADO de Joe Hill para leitura e resenha. Posso adiantar que foi uma aventura perturbadora e até chocante em alguns momentos. O livro me hipnotizou, me deixou tensa e muitas vezes me vi exclamando: "Meu Deus!" Talvez porque eu não tenha lido superficialmente, eu me aprofundei, mergulhei de cabeça e vivenciei os fatos a ponto de me sentir mal com o linguajar e atitudes dos personagens. Isso significa que o livro foi ruim? Nããããão!!! Isso significa que Joe Hill deu seu recado direitinho!
Joe Hill
Editora Arqueiro
Sinopse:
Ignatius Perrish sempre foi um homem bom. Tinha uma família unida e privilegiada, um irmão que era seu grande companheiro, um amigo inseparável e, muito cedo, conheceu Merrin, o amor de sua vida.
Até que uma tragédia põe fim a toda essa felicidade: Merrin é estuprada e morta e ele passa a ser o principal suspeito. Embora não haja evidências que o incriminem, também não há nada que prove sua inocência. Todos na cidade acreditam que ele é um monstro.
Um ano depois, Ig acorda de uma bebedeira com uma dor de cabeça infernal e chifres crescendo em suas têmporas. Descobre também algo assustador: ao vê-lo, as pessoas não reagem com espanto e horror, como seria de esperar. Em vez disso, entram numa espécie de transe e revelam seus pecados mais inconfessáveis.
Um médico, o padre, seus pais e até sua querida avó, ninguém está imune a Ig. E todos estão contra ele. Porém, a mais dolorosa das confissões é a de seu irmão, que sempre soube quem era o assassino de Merrin, mas não podia contar a verdade. Até agora.
Sozinho, sem ter aonde ir ou a quem recorrer, Ig vai descobrir que, quando as pessoas que você ama lhe viram as costas e sua vida se torna um inferno, ser o diabo não é tão mau assim.
Resenha:
Mr. Hill inicia a historia apresentando-nos o nosso protagonista Ignatius Perrish, um jovem de aspécto desleixado e rebelde. Nas primeiras páginas deparamos com ele acordando de mais uma bebedeira, sentindo-se indisposto e com muita dor na cabeça, precisamente nas têmporas. Ao olha-se no espelho se assusta ao deparar com um belo par de chifres. Afinal, não é uma coisa que acontece a toda hora, concorda? Ig não lembrava de como conseguiu os chifres, nem o que aconteceu no dia anterior, era tudo tão surreal, tão bizarro e assustador! Passado o susto, decidiu sair em busca de respostas.
Um ano havia se passado desde que sua namorada Merrin fora estuprada e assassinada, todas as investigações apontavam Ig como o principal suspeito, mas a policia local não tinha provas circunstancias para colocarem Ig atrás das grades e seus pais eram ricos o suficiente pra comprar sua liberdade e abafar o caso. Só que ele tinha consciência de que não fizera mal a Merrin, mas, não tinha álibi e nada podia provar a seu favor, era constantemente alvo de indiretas e maus tratos pelos moradores local. Deprimido e revoltado, resolve esquecer a dor da perda e das acusações diárias, se alcoolizando.
No caminho de respostas e de solução para seus chifres, e sem saber por onde começar. Ig descobre que aqueles salientes chifres tinha o poder de persuasão, de fazer as pessoas confessarem seus piores pecados, de revelarem os seus maléficos desejos e ainda, de realizarem, mesmo que em circunstancias bem anormais. A princípio Ig, sente-se muito incomodado com as confissões, até daqueles que menos esperava, passam a contar-lhe detalhes perturbadores de si e contra ele. Só que com o tempo, Ig também percebe que pode tirar proveito dessa situação, pode usar de artimanhas para chegar ao verdadeiro assassino de sua namorada.
Podia fazer o diabo na vida das pessoas. Mas, pra isso, ele teria que conhecer o verdadeiro inferno.
Impressões:
Fico a pensar, de onde vem tanta criatividade? Bom, quem Joe Hill puxou eu não tenho dúvida, filho de peixe, peixinho é. Mas, caramba ele é incrível! Mr. Hill conseguiu pela segunda vez me deixar perturbada e aflita, com o estomago revirando. Me senti muito envolvida com os personagens, a ponto de esbravejar e sofrer com eles.
Ele me apresentou um protagonista problemático, em uma situação nada normal e todos os personagens secundários encarando os fatos de forma também estranha. Criou um circo de horrores, uma crise existencial entre os moradores, onde as máscaras caem e os pecadores se revelam transformando uma pequena cidade em um pandemônio.
Em um momento você acredita que sob efeito da bebida, Ig tenha sido realmente o assassino de Merrin, em outro você acha que armaram contra ele. Mas, o fato de Ig criar chifres te deixa muito na dúvida, afinal pela lei da natureza, o mal está com o maldito, chifres não é coisa do bem, correto? Até mesmo porque os efeitos que o par de chifres de Ig causam nas pessoas não são nada positivos.
A leitura se alterna entre o presente e o passado. No passado, temos ciência de como Ig conheceu Merrim, como se deu inicio do namoro e como se findou. Também, como o casal conheceu os personagens secundários, qual papel cada um deles iria exercer em suas vidas. Já no presente, conhecemos as historias de cada personagem através das visões de Ig, a cada visão uma surpresa e o desfecho...
Mas, no decorrer da historia, começamos a torcer por Ig, para que ele use seus poderes com sabedoria e assim ele fez. As máscaras caem e o show de horrores acontece. Todos os personagens são importantes para a obra, todos tem um dedo sujo, um segredo surpreendente a confessar e as pontas da verdadeira historia vão se entrelaçando com as falsas impressões e surpreendendo você.
Digamos que eu desconfiava de um personagem, mas não sabia o quão ardiloso esse ser maléfico poderia ser. Em outros momentos o autor me enganou direitinho! Passei a acreditar em uma coisa e na verdade era outra. Estava mano-a-mano com Hill. Acertei umas coisas e errei outras. Foi um ótimo jogo de investigação que travei com o autor.
O Ponto negativo, mas, perdoável, é o uso excessivo de palavrões. Porque perdoável?
Oras, se estamos falando de um livro em que as pessoas se transformam em "pequenos capetinhas" sem papas na língua, prontos pra cometerem os piores pecados, após confessarem os piores desejos, o uso do linguajar chulo só completa o pacote expresso inferno astral.
Joe Hil não esteve tão longe da realidade, é isso que vemos por ai. Os palavrões são usados hoje em dia como se fossem letras de músicas. (Se é que você entendeu o trocadilho)
Mas, no geral, tenho que compartilhar que esse livro é perturbador, falar de algo que desconhecemos, ou que repelimos é um tanto assustador, os detalhes e descrições impressionam. Eu me senti incomodada com determinados trechos, parábolas criada pelo personagem, teorias que vão contra a tudo aquilo que acredito, sim, sou uma pessoa que se impressiona fácil, talvez porque eu tenha um histórico meio assombroso. (nada que eu queira contar aqui) De qualquer forma, é apenas algo pessoal. Não creio que será assim com todos que lerem.
O Livro em si é muito bom, quem não tem problemas com estórias de terror irá ler sem pestanejar e vai curtir. Eu adoro! Bom, alguns temas me impressionam, mas ainda assim os leio. (santo masoquismo) rsrs
Joe Hill mexe com o seu psique, te faz acreditar que a historia é de fato real, você adentra na vida dos personagens, ver a crueldade humana nua e crua, e sim, sente todo tipo de sentimento ruim por eles. Isso te aflige, te desespera, te confunde. As palavras de Joe, são como os chifres de Ig, o autor nos persuade a ler e acreditar no que lemos. Esta é a prova do quão bom autor ele é.
Um livro que te faz pensar, refletir que todos nós temos segredos, desde os mais inocentes até os mais horripilantes, saber viver com eles sem prejudicar o próximo é uma tarefa árdua, mas, desabafar é uma tarefa corajosa e talvez perigosa. Não conhecemos 100% as pessoas, e nada podemos fazer a não ser aceitá-las e mostrá-las o lado bom da vida. Que o bem pode sim, vencer o mal, se quisermos e tivermos apoio de pessoas que nos ama.
O livro foi publicado pela editora Sextante em 2010, tinha um tridente na capa e o título do livro era O Pacto. A nova edição publicada pelo selo, editora Arqueiro, tem na capa a foto do autor Daniel Radcliffe com os ditos chifres, isso porque foi usado a imagem do cartaz do filme que estreará ainda esse ano. Uma bela jogada de marketing, editora está de parabéns!
Recomendo aos mais fortes.
Boa leitura
Sua resenha diz tudo querida Ni, filho de peixe é assim mesmo. O primeiro livro de Hill já dizia um pouco do que viria, não é excelente, mas tinha inúmeras qualidades. Por coincidência no momento estou lendo "Nosferatu" e dá pra perceber que o garoto cresceu, no sentido mais literário da palavra. Suas personagens são mais reais, o enredo é mágico e a ambientação lembra muito o pai, nada de errado com isso, mestre é pra ser seguido. É lógico que este livro também adquiri e já vai para o topo da pilha após sua resenha, principalmente porque assim como o pai ele define bem quem é o bandido e quem é o mocinho, direciona nossa torcida... e sempre ganhamos! ótimo dica, ótima resenha!
ResponderExcluirEsse é o cara. Joe Hil tem crescido e amadurecido a cada livro. Já está dando o sinais que herdará o brilhantismo, o talento do pai. eu já queria ler este livro quando ainda possuía a capa antiga, do tridente. Deixei passar e abaram-se os estoques. Agora não posso perder a oportunidade. ainda mais depois dessa resenha!
ResponderExcluirMuito boa, parabéns!
Kelvin
Não gostei do livro dele A estrada da noite, achei que a trama não me aterrizou em nada e o vocabulário usado também não ajudou muito, mas nunca quis desistir desse autor, sempre quis ler esse para ter uma segunda opinião e isso que vou fazer depois dessa incrível resenha. Depois te conto o que eu achei.
ResponderExcluirEu nunca li um livro de terror, pq é um gênero que não curto muito. Evito até assistir filmes de terror. Não por medo, simplesmente por não me sentir atraída por eles. É difícil achar algum que te assuste de verdade. No geral, acaba sendo um grande suspense mesmo. Eu já tinha ouvido falar desse livro - e filme - e não tive muito interesse não. Por isso nem procurei me aprofundar na trama dele não. Mas lendo a sua resenha agora, devo confessar que fiquei curiosa. É difícil um trabalho mexer tanto com alguém como parece ter mexido contigo. O livro não sei, mas acho que darei uma chance ao filme, só pra matar a curiosidade, hehe!
ResponderExcluir=)
Suelen Mattos
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ROMANTIC GIRL
Sempre quis ler esse livro, mas devo admitir que gostava mais do primeiro título do livro.
ResponderExcluirBjs.