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quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Resenha: Condenada - de Chuck Palahniuk

Condenada
Volume 1
Chuck Palahniuk
Editora Leya


Sinopse: "Está aí, Satã? Sou eu, Madison". É assim que sempre se apresenta a narradora de treze anos de Condenada, novo livro de Chuck Palahniuk: uma sombria, irreverente, hilária e brilhante sátira sobre adolescência, Inferno e Satã. Madison morreu por overdose de maconha. Ora, mas alguém morre por overdose de maconha? Essa é a pergunta que todos fazem a Madison e, no decorrer do livro, entendemos como, de fato, as coisas aconteceram. Mas não é esse o mistério central da história: a narrativa de Palahniuk nos mostra um enredo intrincado, cheio de idas e vindas e situações inusitadas. Madison é filha de uma atriz de cinema narcisista e de um bilionário, e é largada em seu colégio interno suíço todos os Natais, enquanto seus pais só se preocupam em investir em novos projetos e adotar órfãos - não coincidentemente, sempre na época de lançamento de mais um filme encenado pela atriz hollywoodiana... No Inferno, a condenada Madison partilha sua danação com um grupo distinto e inusitado de pecadores: uma líder de torcida usando sapatos de marca falsificada, um jogador de futebol americano, um nerd com conhecimentos surpreendentes da história mundial e um roqueiro punk de cabelo azul. Ao longo do caminho, Madison procura entender sua vida, sua morte, seus pecados e sua adolescência perdida - tudo isso enquanto tenta obter a atenção de Satã.
Resenha

Madison está morta. E aparentemente ela fez muita coisa errada na sua curta vida de 13 anos, porque agora ela foi condenada a passar a eternidade no inferno. Mas vamos ser sinceros, não é preciso fazer muita coisa para ir para o inferno, pelo menos segundo esse livro. Aparentemente existe um limite para fazer certas coisas, muitas delas bastante estúpidas, e por isso basicamente todo mundo vai para o inferno. Inclusive você. Mas ei, não se preocupe, até que o inferno é um lugar legal, quer dizer, se você conseguir superar toda essa coisa de demônios te devorando e não se cansar da paisagem de lá (vamos apenas dizer que é no mínimo nojenta).

Ao que parece, Madison foi para lá porque morreu em uma overdose de maconha. Ela era filha de duas celebridades nível Hollywood, daquelas que saem adotando crianças do mundo todo. Os pais dela realmente não são as melhores pessoas do mundo, e por vezes eu queria simplesmente dar um soco neles. Mas o foco desse livro é Madison em sua adaptação ao inferno. E até que ela consegue se adaptar bem rápido, pois não demora muito tempo para fazer amizades, a sua própria versão do Clube dos Cinco, e já ir seguindo com sua vida, quero dizer morte. Madison é uma menina boazinha que vai para o inferno e decide que está na hora de se reinventar. E acaba que no suposto pior lugar que pode existir é que ela se encontra pela primeira vez e faz suas primeiras amizades. 

O inferno é realmente um lugar interessante, com as maiores personalidades que o mundo já viu. Ao que tudo indica, o paraíso deve ser um tédio, porque tá bombando lá embaixo. Uma coisa engraçada sobre as pessoas enviadas para o inferno é que parece que todo mundo acabou lá por uma razão bem estúpida: atravessa fora da faixa, calçar sapato branco no dia do trabalho, overdose de maconha…. não parece muito crível não é mesmo? E realmente não é. É claro que essa não foi a causa da morte e condenação da Madison, ao longo dos capítulos nós vamos desbravando o passado dela, ao lado de seus pais ex-hippies. E aos poucos vamos remotando o que realmente aconteceu com ela. Isso ao mesmo tempo em vamos seguindo a saga da personagem no inferno, que tenta agora chamar a atenção do próprio Satã.

Esse é o primeiro livro que leio do autor e infelizmente não gostei muito dele. O ponto alto do livro é a narrativa fluida e o sarcasmo da Madison, porém senti que esse livro foi quase um filme da sessão da tarde, sem muito objetivo. Foi divertido ler, e por algumas vezes foi nojento, muito nojento. Mas não houve nada de espetacular na estória. Acabei dando 3 estrelas. Essa nova visão do inferno foi bem engraçada, mas realmente não vou me apressar para ler o próximo livro.

Se os vivos são assombrados pelos mortos, os mortos são assombrados pelos próprios erros.

Classificação



Sobre o autor


Chuck Palahniuk (nascido em Pasco, Washington a 21 de Fevereiro 1961) é um escritor residente em Portland, Oregon. O seu trabalho mais popular é Fight Club (Clube de Combate em Portugal e Clube da Luta no Brasil), que foi posteriormente adaptado para cinema.
Os personagens na obra de Palahniuk são indivíduos que, de uma ou outra forma, foram marginalizados pela sociedade, frequentemente reagindo com agressividade auto-destrutiva. A narrativa nos livros de Palahniuk começam, não raramente, no seu fim cronológico, com o protagonista a recontar os eventos que conduziram ao ponto que forma o princípio do livro. Por bastantes vezes há um ponto de viragem da história, na forma de uma revelação inesperada perto do fim. O estilo de Palahniuk é caracterizado pelo uso e repetição de frases curtas plenas de humor cínico ou irónico. O autor gosta de descrever o seu estilo como Ficção transgressional.


32 comentários:

  1. Olá,
    Me assusta um pouco saber que Madison foi para o inferno, assim como outras pessoas, por causa de bobeira. Com certeza eu estaria lá já, afinal eu sempre atravesso fora da faixa kkkk
    Fiquei curiosa para conhecer um pouco mais da ambientação que o autor fez principalmente pelo fato de você defini-la como nojenta e, claro, quero destrinchar o que realmente levou Madison até tal lugar.

    http://leitoradescontrolada.blogspot.com.br/

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    1. Todos nós iremos para o inferno, se esse livro estiver correto.

      bjs.

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  2. Uau que obra pretensiosa. Não sei se eu leria, mas confesso que fui fisgada pela curiosidade. No mais é um enredo inovador. Ainda não vi nada desse tipo mexendo com o demônio. Nem o livro O enterro do diabo do Gabo é desse jeito. Ponto positivo pela criatividade!
    Beijoss

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    1. Também li pelo mesmo motivo, mas confesso que esperava mais. Mas como eu disse, o ponto alto é o humor da personagem. Sem dúvidas salva a estória.

      bjs.

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  3. Olá Patricia, é a primeira vez que vejo um livro que se passa no inferno e isso me deixou mega curiosa, mesmo sendo um livro meio seção da tarde como você comentou eu fiquei bem curiosa para saber como o autor construiu todo o cenário e os personagens *-*

    http://meumundo-meuestilo.blogspot.com.br/

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    1. Quando comecei a ler, a coisa que mais me deixava curiosa era justamente saber como o inferno seria descrito. De forma geral, foi bem divertido, talvez não devesse ser... hahahaha..

      bjs.

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  4. Oi
    Nunca li nada do autor. Tenho esse livro na estante, mas não quero começar por ele. Que pena que você não gostou tanto.
    Bjus

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    1. Mesmo não amando o livro, a estória possuiu os seus méritos. Porém algumas partes foram totalmente desnecessárias.

      bjs.

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  5. Olá,
    Antes de mais nada que capa chocante né!
    Acho que nunca li nenhum livro que abordasse uma visão assim do inferno, e creio que justamente por isso o autor tenha escrito algo mais sessão da tarde, eu acho... e que bom que a leitura fuiu!

    http://euinsisto.com.br/

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    1. O ponto negativo da estória foi o autor querer chocar, só por chocar. Faltou um contexto para algumas coisas que ele colocou na estória. Mas teve um capítulo em especial, que bem, até agora não sei porque diabos existiu.

      bjs.

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  6. Nossa não sabia sobre esse livro, achei a capa muito bonita, porém a história em si não me chamou muito a atenção, não faz minha pegada, quem sabe na próxima. Porém sua resenha está ótima, parabéns pela sinceridade.

    Beijos

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    1. Se esse tipo de estória não for sua praia, acho que que realmente você deveria deixar passar. Mas quem sabe com você não ocorreria o efeito contrário e acabasse amando... hum... oh dúvida...

      bjs.

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  7. Amei o livro! A capa é maravilhosa! Com certeza quero ler - pena que pelo que eu vi, é uma série. Mas, se for tão boa quanto aparenta esse primeiro volume, tá valendo! Ótima resenha! Beijão

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    1. Acho que são só dois livros. Eu não gostei tanto desse primeiro volume, mas um dia irei ler o segundo.

      bjs.

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  8. Olá Patricia, tudo bem?
    Infelizmente essa obra não me chamou a atenção. Esse não é meu estilo literário por isso vou deixar a dica passar. Aguardo suas próximas indicações. Beijos

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  9. Oi, tudo bem? Esse não é um livro que eu leria. Não agora. Beijos e sucesso!

    Carolina Gama

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  10. Oi Patricia, sabe que a capa do livro me assustou um pouco, a sinopse dele também não me agradou, mas acho que apenas lendo a obra de Chuck e tirar minhas conclusões para saber se é bom ou não.
    Fico intrigada quando um livro me deixa confusa.

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    1. Eu nunca tinha lido nada dele. Todos sempre elogiaram e eu amo o filme do clube, então talvez as minhas expectativas estivesses muito altas. Não chega a ser um livro ruim, mas também não encontrei nada de espetacular nele.

      bjs.

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  11. Oi, Patrícia! <3

    Menina, jurava que vc tinha amado até ler o final da resenha, hahaha!
    Eu vi a capa do segundo volume e me apaixonei, mas isso foi até ler a sinopse. Daí me desinteressei. Eu sou bem frouxa e não gosto de assuntos envolvendo o inferno, mesmo de maneira engraçadinha, sabe? Prefiro me manter longe.
    Mas sua resenha está maravilhosa e adorei saber mais sobre o conteúdo.
    Bjocas,

    www.umdiamelivro.com.br
    www.youtube.com/literamigas4

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    1. Alguns capítulos do livro mataram a estória para mim. O autor inseriu algumas passagens totalmente desnecessárias, ao meu ver. De forma geral é um bom livro, com uma estória bem diferente, mas o autor não soube trabalhar. Parecia que ele estava ali só para chocar os leitores, mesmo que para isso tivesse de quebrar o fluxo da narrativa.

      bjs.

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  12. Oii, tudo bem?
    Não é o tipo de livro que atrairia a minha atenção logo de cara. Depois de conhecer um pouco mais creio que o leria quando tiver oportunidade, porque agora estou corrida com as leituras acumuladas.
    Ótimo post.
    Abraços Mary;)

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  13. O que primeiro chamou minha atenção foi ver o nome da editora Leya, nossa a tempos não via livros dela nos blogs (pensei até que ela tinha fechado). Não conhecia esse livro e após ler suas impressões confesso que achei uma temática bem exótica e original, não conheço outros títulos com esse desenvolvimento. Mas essa questão das partes nojentas já me afasta, li 'O coração da Esfinge' é só não favoritei devido à existência de cenas assim, que descrevem o mundo dos mortos, suas torturas etc.
    Mas enfim de uma foma geral essa proposta da personagem se reinventar e se encontrar em um lugar totalmente hostil pareceu interessante e desafiador. Mas que pena que o enredo não foi aprofundado. Gostei da sua sinceridade.

    Leituras, vida e paixões!!!

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    1. Guerra dos Tronos não vai deixar a Leya falir nunca, hahahaha. Sobre as partes nojentas, eu li O Coração da Esfinge também, e aquilo é nada em comparação.

      Bjs.

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  14. Eu adorei a capa e pelo início da resenha jurava que você tinha amado,me chamou atenção o fato do inferno ser um lugar meio "badalado" e a personagem se adaptar super bem a ele,esse livro deve ser no mínimo engraçado e eu adorei a arte da capa.

    Acho que no meio de uma super ressaca literária ele pode ser uma boa pedida.

    bjssss

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    1. Eu comecei a leitura gostando da estória, mas depois veio um festival de "hã?". Se algumas partes não existissem, o livro teria sido muito melhor.

      bjs.

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  15. Olá, adorei sua resenha e fiquei curiosa para conferir. Li algumas obras do autor e fiquei um pouco chocada com sua iconicidade...ele gosta de um palavão! kkkk

    Quero muito ler essa obra.

    Abraços

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    1. Ele gosta de muito mais que um palavrão, se todas as estórias deles for igual a essa. Esse foi o primeiro livro dele que eu li, mas nem por isso irei desanimar. Sem dúvidas irei ler outros livros dele.

      Bjs.

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  16. Oi, tudo bem?
    Socorro, segundo este livro vou para o inferno kkkkkkk!
    Não sei se faria a leitura, mas é algo bem inusitado, sem dúvidas!
    Bjs

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  17. Eu achei a resenha interessante, mas não é um livro que eu leria não. Acho que o gênero não é muito o meu estilo de leitura.

    http://laoliphant.com.br/

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Bjão
Equipe Cia do Leitor