Cabra Cega
Sinopse:
Clara e Gustavo se conhecem em um clube de Curitiba quando ela estava pensando em viajar, antes de começar a faculdade, e então se apaixonam e casam. Com isso a vida de Clara muda rapidamente. A mudança é radical mesmo, pois Gustavo se revela um homem agressivo, ciumento, possessivo, violento, ardiloso e perspicaz, transformando a vida dela numa constante surpresa e esconde-esconde. Não somente de comportamentos, como também de cidades. Com o intuito de não criar laços com ninguém e principalmente de não deixar que a família de Clara saiba onde ela está, você vai acompanhar Cabra Cega sem ter a certeza de até quando aquela cidade fará parte dos planos de Gustavo. Em Cabra Cega acompanhamos os escondidos.
Drama / Ficção / Literatura Brasileira / Romance
Resenha:
Clara e Gustavo se conheceram ainda muito jovens em um clube que a família de Clara frequentava em Curitiba. Foi amor a primeira vista, e desse primeiro contato nasceu um relacionamento que prometia ser próspero e feliz.
Ela estava acabando os estudos e pretendia fazer o vestibular de psicologia, já ele estava se formando em medicina e claro queria exercer sua nova profissão e conquistar sua independência. Gustavo era filho único e vivia com sua tia que o tinha como um filho e o amava muito. Mas, ao conhecer Clara mudou todos seus planos, não queria mais estar só, precisava dividir seus sonhos com ela, precisava dela, somente ELA.
Ainda na fase da conquista, dos encontros, de formalizar seu namoro, os pais e amigos de Clara, perceberam que Gustavo era um tanto introvertido e um pouco ciumento. Mas, Clara os convenceu que era impressão deles, que no fundo ele tinha um bom coração e era tímido.
Em poucos meses eles resolveram se casar, estavam encantados um com o outro. Gustavo sempre atencioso e romântico, fazia com que Clara se entregasse àquele amor sem medo e sem freios. Sentia que ELE era o homem de sua vida e faria de tudo pra serem felizes para sempre...
Até que o casamento aconteceu, e com esse evento veio também a realidade através das ações de Gustavo. Ele finalmente se sentia livre para por pra fora a sua verdadeira face. Um homem possessivo surgira pra mudar toda uma historia que mal acabara de ser escrita.
"Por mais insatisfeita que estivesse e que seu casamento não fosse totalmente como sonhou, não conseguia imaginar a sua vida sem o seu marido."
Impressões:
Essa obra é uma ficção que aborda fatos que acontecem na vida real. O livro fala de submissão, medo, insegurança, violência doméstica, possessão e tantos outros atos que são desencadeados por essa faceta doentia de seus companheiros. Com uma escrita informal e fluída, a autora Sheila Mendonça nos presenteia com uma história de nos faz questionar e brigar com os personagens. :)
Existem milhares de mulheres no mundo que sofrem maus tratos e agressões, que vivem no anonimato sob ameaças todos os dias. Clara é apenas um grão de areia no meio de tantas vítimas. E muitas delas não tem a chance de pedir ajuda, e quando conseguem sair desse relacionamento, nunca saem ilesas, as feridas são grandes demais para serem cicatrizadas e esquecidas. Isso, quando conseguem sair com vida...
É difícil falar de um assunto tão delicado sem mexer com os sentimentos dessas pessoas, pois analisar um caso visto de fora é mais fácil, logo encontramos as soluções dos problemas e verbalizamos que a vítima está nessa porque quer, poque é fraca, porque é tola. No entanto, para a vítima nem sempre é tão fácil assim.
Uma vez que a pessoa é agredida por seu companheiro, seja verbalmente ou fisicamente a primeira coisa que pensamos é: Abandone-o. Deixe-o. Fuja! Mas, devemos olhar o quão envolvida está essa pessoa. Estender a mão e orienta-la a denunciar uma agressão talvez seja a coisa certa a fazer, é o primeiro passo. Ela não estará livre dos riscos, com ele ou sem ele, mas pelo ao menos terá uma ajuda de profissionais e proteção da policia.
Existem casos que a vítima é chantageada e ameaçada de morte, muitas vezes envolvendo familiares e amigos queridos. A lavagem cerebral e o medo é tão grande que a vítima não busca ajuda com receio de tudo se concretizar.
E foi pensando dessa forma que pude analisar melhor as atitudes da personagem, ela se sentia presa às ameaças, temia pela vida de seus entes e por sua própria vida. Mas, mesmo sob todas essas ameaças, creio que procurar ajuda e não omitir para a família era a coisa certa a fazer.
Por outro lado, estava uma família aflita, sem noticias de sua filha, mas que não tomava atitude alguma pra ajudar. O que estavam esperando?! Sério mesmo que os pais ficariam de braços cruzados esperando o pior acontecer? Mas, também existiam personagens determinados em ajudar, e que tomavam atitudes sem exitar. Cito como exemplo: Marcos (ex-namorado) e Pâmela (amiga de Clara), eles foram mais corajosos que seus familiares.
Até "aceito" a omissão dos vizinhos, além de serem estranhos, temer à sua própria vida por causa de terceiros é bem comum hoje em dia. Mas, quando a família de clara fica sabendo das ocorrências em sua casa, das ameaças e maus tratos, e não fazem nada pra ajudar, simplesmente porque acataram as inseguranças de Clara, o pedido pra não se meterem. Isso é demais pra minha compreensão e aceitação. Se a filha está cega, tomada pelo medo, é obrigação dos pais, do cidadão, ajudar nesse caso.
Dizem que "Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher." Que ditado machista! Mas, creio que o ditado se refere à discussões e não agressões. Concordam?
Claro que questionei o quão fácil era pra Gustavo viver mudando de morada sem levantar suspeitas, o quão ingenua Clara era por se permitir vislumbrar um novo lar e não perceber que por trás de cada suposto bom ato teria uma consequência à ser paga. Estava na cara que esse relacionamento já tinha passado dos limites de tão doentio e perigoso. E não tomar uma atitude só alimentava mais e mais o monstro que ele se tornava.
O Livro apesar de curtinho é bem direto em suas mensagens. Nos faz refletir e nos alerta o quanto é importante a gente ao perceber sinais de distúrbios de humor, de posse e de obsessão, é preciso procurar ajuda imediata. Resguardar-se achando que as coisas poderão melhorar só podem agravar mais e adiar o inevitável, as agressões e até mesmo a morte.
Não sei como terminar essa looooooonga resenha sem continuar expressando minha indignidade pelo o tema que a história permeia, mas de uma coisa estou certa, é um livro que DEVE ser lido e debatido aos quatro cantos do planeta.
Indico e asseguro que você pode ter uma visão diferente da minha com relação a protagonista.
Existem milhares de mulheres no mundo que sofrem maus tratos e agressões, que vivem no anonimato sob ameaças todos os dias. Clara é apenas um grão de areia no meio de tantas vítimas. E muitas delas não tem a chance de pedir ajuda, e quando conseguem sair desse relacionamento, nunca saem ilesas, as feridas são grandes demais para serem cicatrizadas e esquecidas. Isso, quando conseguem sair com vida...
É difícil falar de um assunto tão delicado sem mexer com os sentimentos dessas pessoas, pois analisar um caso visto de fora é mais fácil, logo encontramos as soluções dos problemas e verbalizamos que a vítima está nessa porque quer, poque é fraca, porque é tola. No entanto, para a vítima nem sempre é tão fácil assim.
Uma vez que a pessoa é agredida por seu companheiro, seja verbalmente ou fisicamente a primeira coisa que pensamos é: Abandone-o. Deixe-o. Fuja! Mas, devemos olhar o quão envolvida está essa pessoa. Estender a mão e orienta-la a denunciar uma agressão talvez seja a coisa certa a fazer, é o primeiro passo. Ela não estará livre dos riscos, com ele ou sem ele, mas pelo ao menos terá uma ajuda de profissionais e proteção da policia.
Existem casos que a vítima é chantageada e ameaçada de morte, muitas vezes envolvendo familiares e amigos queridos. A lavagem cerebral e o medo é tão grande que a vítima não busca ajuda com receio de tudo se concretizar.
E foi pensando dessa forma que pude analisar melhor as atitudes da personagem, ela se sentia presa às ameaças, temia pela vida de seus entes e por sua própria vida. Mas, mesmo sob todas essas ameaças, creio que procurar ajuda e não omitir para a família era a coisa certa a fazer.
"Na intenção de fazer as pazes disfarçou mostrando preocupação andando de um lado para o outro da sala. Mas não poupou a esposa de ouvir a mais fria e egoísta pergunta: se ela havia perdido a criança."No inicio senti muita raiva de Gustavo e compaixão por Clara, mas infelizmente no decorrer da trama eu passei a ficar impaciente com as decisões que a protagonista tomava. Ela teve diversas chances de dar um fim, de tomar as decisões certas das quais ela mesma jurava que faria se houvesse uma chance. Mas, não fez!!
Por outro lado, estava uma família aflita, sem noticias de sua filha, mas que não tomava atitude alguma pra ajudar. O que estavam esperando?! Sério mesmo que os pais ficariam de braços cruzados esperando o pior acontecer? Mas, também existiam personagens determinados em ajudar, e que tomavam atitudes sem exitar. Cito como exemplo: Marcos (ex-namorado) e Pâmela (amiga de Clara), eles foram mais corajosos que seus familiares.
Até "aceito" a omissão dos vizinhos, além de serem estranhos, temer à sua própria vida por causa de terceiros é bem comum hoje em dia. Mas, quando a família de clara fica sabendo das ocorrências em sua casa, das ameaças e maus tratos, e não fazem nada pra ajudar, simplesmente porque acataram as inseguranças de Clara, o pedido pra não se meterem. Isso é demais pra minha compreensão e aceitação. Se a filha está cega, tomada pelo medo, é obrigação dos pais, do cidadão, ajudar nesse caso.
Dizem que "Em briga de marido e mulher, ninguém mete a colher." Que ditado machista! Mas, creio que o ditado se refere à discussões e não agressões. Concordam?
Claro que questionei o quão fácil era pra Gustavo viver mudando de morada sem levantar suspeitas, o quão ingenua Clara era por se permitir vislumbrar um novo lar e não perceber que por trás de cada suposto bom ato teria uma consequência à ser paga. Estava na cara que esse relacionamento já tinha passado dos limites de tão doentio e perigoso. E não tomar uma atitude só alimentava mais e mais o monstro que ele se tornava.
O Livro apesar de curtinho é bem direto em suas mensagens. Nos faz refletir e nos alerta o quanto é importante a gente ao perceber sinais de distúrbios de humor, de posse e de obsessão, é preciso procurar ajuda imediata. Resguardar-se achando que as coisas poderão melhorar só podem agravar mais e adiar o inevitável, as agressões e até mesmo a morte.
Não sei como terminar essa looooooonga resenha sem continuar expressando minha indignidade pelo o tema que a história permeia, mas de uma coisa estou certa, é um livro que DEVE ser lido e debatido aos quatro cantos do planeta.
Indico e asseguro que você pode ter uma visão diferente da minha com relação a protagonista.
VÍDEO RESENHA!
Sobre a autora:
Sheila Mendonça publicou seu primeiro livro, "Cabra Cega", em 2010, pelo Clube de Autores, hoje à venda na Amazon. É autora também dos minicontos "O Boato" e "Mãe, brinca comigo?" e participa de cinco antologias: "Romances em Contos"; "Encontros & Desencontros"; "Romances em Contos 2"; "Romances em Contos 3 - Histórias de Natal" e "Romances em Contos 4 - O Bebê Chegou!". Recentemente publicou o conto "A Visita de um Anjo" pela Amazon. Trabalha com revisão de texto, copidesque e preparação de originais, além de seguir na escrita com novos trabalhos previstos para serem lançados em breve.
querida Ni, esta resenha está da pesada. fiquei pasmado. adorei suas colocações a respeito dos protagonistas. não sou de tomar partido em situações extremas, talvez por covardia, talvez por precaução. mas há momentos que não devemos deixar passar, é preciso denunciar, é preciso coragem para encarar demônios que estão sempre à espreita, pode ser seu vizinho, pode ser um parente, pode ser um desconhecido qualquer. louvo aqueles que não se deixam intimidar e partem para a defesa do que é correto. feliz por saber que você é uma dessas pessoas. bjos e parabéns por esta resenha importantíssima nos dias atuais.
ResponderExcluirOi Nizete, tudo bem? Eu ainda não conhecia o livro, mas ao ler sua resenha, fiquei impactada pelo conteúdo.
ResponderExcluirBjkas
Eu já sei que quero! é um tipo de livro que prende o leitor , até porque queremos saber o que ela, a protagonista, realmente faz para tomar uma posição no final de tudo e dar um basta!
ResponderExcluirMe lembrou um pouco o inicio do livro 'sorrisos quebrados' em alguns aspectos. Certamente é um livro impactante!
um beijo
Não conhecia o livro, mas gostei do que apresentou. Os assuntos abordados pelo livro são bem pertinentes e infelizmente realidade de muitas mulheres e por mais difícil que seja entender as atitudes da protagonistas eu sei que a prisão psicológica as vezes é maior que a física, pois vivi um relacionamento abusivo por anos e só quando saí que vi que muito do que me submetia vinha também da minha mente doente por uma pessoa. Desculpe o desabafo, mas concordo com você, livros assim devem ser lidos e debatidos, eu quero ler esse.
ResponderExcluirAbraços.
https://cabinedeleitura0.blogspot.com/
Não conhecia o livro, nem a autora, porém tenho que confessar que nem a capa nem o título chamaram a atenção. Porém lendo sua resenha a trama se mostrou envolvente e acima de tudo necessária. Acho que assuntos como esse devem ser ganhar as rodas de conversa e deixar de ser um tabu.
ResponderExcluirOi Nizete tudo bem? Só de ler sua resenha fiquei revoltada, num mundo machista é bem assim não se meter, pois acaba sobrando para os outros. Dua resenha está espetacular, e bem escrita parabéns, vou deixar marcado esse livro, apesar de ficar revoltada quero saber o final. Obrigado pela dica, bjs!
ResponderExcluirEstou batendo palmas para vc, para a sua resenha! Entendo perfeitamente que vc tenha ficado com esse sentimento, eu já fiquei assim também com a leitura de outros livros que abordam temas delicados. Fiquei curiosa com esse livro, com certeza vou procurar realizar sua leitura em breve, tenho certeza que será super válida. Parabéns!
ResponderExcluirOi Nizete!
ResponderExcluirQue resenha! Eu não conhecia este livro e fiquei muita curiosa por causa do assunto abordado. E mesmo que o livro seja curtinho e bem direto a mensagem que o livro passa vale a pena, pois várias mulheres vivem dessa forma e merece atenção. Anotada a dica. Parabéns pela resenha.
Bjos
http://historiasexistemparaseremcontadas.blogspot.com/
Nossa, que livro profundo! Um tema tão atual e, infelizmente, real. O cara sempre parece tão bonzinho, mas depois se revela um ser humano horrível. Entendo sua raiva e impaciencia com a personagem, ainda mais sabendo que na vida real elas costumam se sentir fracas mesmo, sem saber o que fazer.
ResponderExcluirLegal esse livro, serve de aleerta e reflexão para a sociedade. Bom ser curtinho até, que mais pessoas se interessam, pq infelizmente muita gente ve um livro grande e desinteressa.
Bjos floooor
http://cariocadointerior.com.br/
Olá, tudo bem? Não conhecia o livro, e realmente traz uma temática pesada. Gosto de livros que são claros com suas mensagens. Com certeza deve ser um enredo debatido. Como falei não conhecia a obra, mas deixarei como dica anotada! Ótima resenha.
ResponderExcluirBeijos,
http://diariasleituras.blogspot.com.br
Oii, não conhecia o livro, mas já me interessei só por se passar onde moro hahaha a premissa é bem interessante também!
ResponderExcluirÓtimo post, parabéns!
by: atravesdaescrita.blogspot.com
Olá, eu acho que já tinha ouvido falar sobre esse livro, ele traz uma temática forte, real e muito importante de ser debatida, ótima resenha.
ResponderExcluirNunca tinha ouvido falar desse livro, mas adorei a temática que ele traz, para mim é muito importante que os livros tragam situações reais, gerando debate e reflexões. Adorei ler a sua resenha e impressões... Vou adicionar o livro na listinha!
ResponderExcluirOlá tudo bem? Confesso que fiquei muito curiosa pela leitura, acredito que o tema abordado é de extrema importância, um alerta, mesmo que seja duro de ler é necessário, já anotei a dica espero ter a oportunidade de ler em breve, beijos!
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