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segunda-feira, 7 de abril de 2014

Resenha: O Pequeno Príncipe - Antoine de Saint-Exupéry


O Pequeno Príncipe
Antoine de Saint-Exupéry
Agir
Páginas: 93

Sinopse: O Pequeno Príncipe, devolve a cada um o mistério da infância. De repente retornam os sonhos. Reaparece a lembrança de questionamentos, desvelam-se incoerências acomodadas, quase já imperceptíveis na pressa do dia-a-dia. Voltam ao coração escondidas recordações... O reencontro, o homem-menino.



Resenha:


“Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas”.
Você já parou para reler uma antiga história, daquelas que seus pais um dia leram para você, e descobriu um mundo completamente diferente do que você se lembrava escondido por trás daquelas palavras? “O pequeno príncipe” é uma dessas histórias.

O autor narra, em primeira pessoa, a história de um homem que sofreu um acidente de avião e ficou preso no deserto por dias. Com um passado misterioso o homem solitário encontra um menino também perdido em meio às areias escaldantes.

No entanto, o calor, a sede, a fome e todas as demais agruras humanas não parecem afligir o jovenzinho. Ignorando a anormalidade da situação os dois começam a conversar e o pequeno príncipe revela que, na verdade, vinha de um planeta muito pequenino e muito distante do nosso, em busca de aventuras e amizades.

Aos poucos os dois, homem e menino, se tornam amigos, dividindo sentimentos e criando laços a cada dia conforme a criança vai lhe contando suas memórias e dividindo com o homem sua forma peculiar de ver uma realidade escondida por trás da realidade do mundo.
“Se tu vens, por exemplo, às quatro da tarde,
desde às três eu começarei a ser feliz!”

Com detalhes simples e muito bonitos e um final tocante posso dizer que este livro me conseguiu me cativar.

Impressões:
Me lembro de ter lido este livro quando criança e confesso que não tinha entendido nada naquela época. Depois de crescido, lembrando da experiência, não entendia o alarde em torno desta história. Acontece que, caminhando por uma feira de livros, tive a oportunidade de compra-lo e algo me chamou a atenção para relê-lo.
Qual foi minha surpresa ao encontrar nessas poucas páginas uma beleza tão simples e uma história tão emocionante.

“Eis o meu segredo. É muito simples: só se vê bem com o coração.
O essencial é invisível aos olhos.”

O livro é cheio de desenhos originais do autor em aquarela que poderiam muito bem terem sido desenhados por uma criança tal seu ar de inocência. A história se divide em 27 capítulos e 93 páginas brancas impressas em alta qualidade.

Transformando essa resenha, meio que em uma análise, poderia dizer que o homem jamais encontrou de fato um pequeno príncipe e o deserto em questão era seu próprio coração. O adulto perdido em si encontrou simbolicamente sua criança interior para lidar com problemas que o tornavam um homem solitário, que não permitia que as pessoas ao seu redor se aproximassem dele sentimentalmente.


Com sua criança interior ele aprende a se deixar cativar pelas coisas simples, a se deixar tocar pelas coisas belas da vida olhando para o que realmente importa: o que vive nos detalhes de cada um de nós e nos detalhes do outro. E principalmente a presentear aqueles que você diz amar com o mais precioso tesouro que você pode dar a alguém: seu tempo.
Esse foi um livro que me fez repensar bastante o modo com que venho me comportando e como venho tratando meus relacionamentos, ora pela correria do dia a dia, ora pelas experiências ruins do passado, nós acabamos nos fechando em nossos pequenos mundinhos. Pude ver como tenho sido cego em alguns momentos. O livro é cheio dessas pegadas em detalhes. Se eu fosse destrinchar e analisar todas as impressões que essas páginas me passaram eu poderia ir muito além, mas acabaria contando toda a história. E é melhor que cada um se deixe tocar e enxergar seus pequenos príncipes e princesas.

Para quem não leu ainda, aconselho muito essa leitura e para quem já leu, e não conseguiu captar o sentido por trás do livro, releia! Pois vale muito a pena.
 
“Vês, lá longe, os campos de trigo? Eu não como pão. O trigo para mim não vale nada. Os campos de trigo não me lembram coisa alguma. E isso é triste! Mas tu tens cabelos dourados. Então será maravilhoso quando me tiveres cativado. O trigo, que é dourado, fará com que eu me lembre de ti. E eu amarei o barulho do vento no trigo...”