Seraphina - Livro 2
Rachel Hartman
Editora Jangada
Sinopse: A guerra começou... Seraphina se vê envolvida na luta pelo poder entre os dragões rebeldes e a corte humana. O segredo cuidadosamente guardado de sua verdadeira identidade - meio-dragão, meia-humana - agora é uma vantagem para ela. Só Seraphina pode unir o reino de Goredd e, para isso, lançará mão de todos os seus recursos. Ela percorre o país em busca dos outros meios-dragões, cujos dons especiais talvez façam a diferença na luta. Mas quanto mais coisas ela descobre, mais percebe que alguém está prejudicando seu plano. Que esperança haverá de promover a paz entre dragões e humanos se um de seus próprios aliados pretende ver ambos os mundos destruídos?
Resenha
Após sua natureza ser revelada no primeiro livro, Seraphina enfrentará muitos desafio nessa continuação. E o maior de todos é conseguir reunir todos os ityasaari que estão espalhados por Ninys, Samsam e Porfíria. E ela há tempo a perder em relação à essa empreitada, ainda mais quando depois que se descobre que as mentes interligadas dos ityasaari são capazes de ativar uma barreira capaz de segurar os dragões em pleno vôo, a chamada Armadilha de São Abaster. Essa armadilha é ativada através do fogo mental que todos os ityasaari tem, todos menos Seraphina, aparentemente. Não se sabe porquê, mas Abdo não é capaz de enxergar o fogo dela, e nem ela capaz de enxergar os dos outros. E é por isso que Abdo acaba sendo necessário e partindo junto com Seraphina em busca dos outros. Para ela, juntar os ityasaari não significa apenas proteger Goredd, como também proteger todos os seus irmãos e irmãs. Mas será que os reunir será realmente tão bom assim? Seriam todos eles tão bons assim?
Precisávamos desse lugar, desse jardim, no mundo real. Eu ia fazer isso acontecer. Eu devia isso a todos eles.
E talvez esse tempo longe de Goredd seja justamente o que ela precisa, depois da fuga do seu tio e da resolução dela e de Lucian de esperar a guerra acabar para revelar seus sentimentos para Selda. Porém, desde o início, Seraphina não pretende encontrar todos os seus semelhantes, pois de jeito nenhum ela quer encontrar pessoalmente com Jannoula, que quase a dominou completamente quando criança. Mas obviamente, querer não é poder. Então teremos sim Jannoula nesse livro, pois Seraphina querendo ou não, Jannoula continuará a assombrar a sua vida, para que possamos odiá-la à vontade. Mas não vou contar muito sobre ela para não estragar a graça de vocês.
Quando tudo for para o diabo (e tudo irá), terei o pelo menos o prazer de lhe dizer: eu avisei.
E nessa jornada através dos diversos países, em busca de aliados e outros ityassari, diversas revelações vão sendo feitas. Vamos finalmente conhecer todos os meio-dragões e descobrir segredos enterrados há séculos. Será revelada a extensão dos poderes dos ityasaari. Vamos conhecer também todas as outras culturas que existem nesse mundo mágico e aprender ainda mais sobre a sociedade dos dragões, as coisas boas e as ruins. Muitos desafios aguardam pela Seraphina nessa jornada, nesses longos meses que ela terá de enfrentar longe de casa.
Levarei minha casa comigo para o mundo, enquanto procurava outras pessoas para pôr dentro dela.
Como esse é o último livro, a rede de conspirações de resultou na guerra civil dos dragões finalmente será totalmente revelada, a trama muito mais complexa que poderíamos imaginar. Porém, mesmo com os dragões estando em guerra, senti que não houve ação o suficiente. O livro mais uma vez segue somente a Seraphina, e como ela não participa diretamente das lutas de verdade, as cenas de batalhas ficam a desejar. A autora poderia ter resumido a jornada da Seraphina e a jogado no meio de batalha de dragões, só para a nossa diversão.
Outro ponto que não gostei foi que o livro se inicia com uma espécie de introdução, que seria uma parte extraída de um livro escrito no futuro sobre a guerra civil dos dragões, para fazer uma recapitulação do livro anterior. O problema é que essa recapitulação não se restringiu aos eventos do livro 1, indo além e contando algumas coisas do final da guerra, o que não foi legal. Nesse livro nós temos ainda menos romance que no livro anterior, o que para mim foi muito bom. Acabei dando 4 estrelas para o livro.
Em relação à edição do livro, aí eu dou 5 estrelas. A capa novamente está linda, seguindo o modelo da segunda edição do primeiro livro. As páginas são amareladas, a fonte tem um bom tamanho e dentro do livro nós temos um mapa para podermos visualizar todos os países e cidades principais.
Sem dúvidas essa duologia vale a pena ser lida, dificilmente encontraremos um livro onde dragões serão remotamente semelhantes aos dragões desse livro. Sem dúvidas uma ótima escolha para os fãs de fantasia.
Sobre a autora
Rachel Hartman sempre foi apaixonada por música. A famosa canção renascentista "Mille Regretz" inspirou-se a criar esta obra de ficção fantástica baseada em música. Ela escreveu Seraphina enquanto escutava rock com gaita de foles bretã, polifonia italiana medieval, música barroca latino-americana, metal progressivo e música tradicional irlandesa. Rachel mora com sua família em Vancouver, no Canadá.