Resenha: "O Homem que amava muito os livros" - Allison Hoover Barlett

O Homem que amava muito os livros
Allison Hoover Barlett
Editora: Seoman
Páginas: 207

“A história real de um ladrão, um detetive e os bastidores do universo dos colecionadores literários”.

Sinopse:“O impenitente ladrão bibliófilo Gilkey roubou uma fortuna em livros raros. Porém, diferentemente da maioria dos ladrões que roubam para auferir lucro, Gilkey rouba por amor: amor aos livros. Talvez igualmente obsessivo seja Ken Sanders, o autointitulado “bibliodetetive”, que dedica-se a capturá-lo.

Com um misto de suspense, intuição e humor, a jornalista Allison Hoover Bartlett teceu sua narrativa acerca da perseguição ao estilo “gato e rato”, que revela precisamente não apenas como Gilkey cometeu seus crimes e o modo como Sanders conseguiu capturá-lo, mas, também, explora o aspecto romântico dos livros, do anseio por colecioná-los e da tentação de roubá-lo a instituição.”

Resenha:

“Quando se tem uma estante de livros, com quanto mais livros você a ocupa, com mais livros irá querer enchê-la. (...) Uma estante cheia de livros é um objeto cheio de beleza”.

A escritora e jornalista Allison Hoover Barlett nos apresenta neste trabalho o maravilhoso universo do mercado de livros raros e seus colecionadores, buscando detalhar o fascínio irresistível que esses objetos cheios de mistérios podem exercer sobre a nossa mente, capaz inclusive de distorcer a realidade.

Quantas vezes você não jurava que tinha condições de incluir mais um livrinho nas suas compras mensais e depois teve que rebolar pra conseguir pagar a fatura no fim do mês? É a história da minha vida. O prazer em obter livros e juntá-los pode vir a ser um vício terrível e muitas pessoas, para suprir esse vício, são capazes de cruzar os limites da moralidade.

Allison narra a história de Jon Gilkey um real ladrão de livros que através das mais diversas fraudes buscava constantemente realizar o sonho de possuir uma biblioteca invejável, cheia de livros raros. Durante alguns anos a escritora manteve encontros com Gilkey ganhando aos poucos sua confiança para descobrir e nos contar, detalhadamente, seu modus operandi, seus planos e seus segredos.

A jornalista manteve contato também com algumas das vítimas do meliante bibliófilo, dentre elas o que mais veio a colaborar, tanto para a conclusão do livro quanto para a prisão de Gilkey, o ilustre Ken Sanders, um grande conhecedor, amante e comerciante de livros - principalmente livros raros e antigos.

Em meio à história dos crimes ficamos por dentro de inúmeros fatos e curiosidades superinteressantes sobre o mundo dos livros que nós, apaixonados por eles, ficamos extasiados em conhecer. Eu fiquei pasmo com os valores exorbitantes de primeiras edições  e descobri que, de fato, esse é um meio muito lucrativo para se viver, comprando e vendendo livros raros. Embora ache que ia acabar como os colecionadores, com dó de vender as minhas valiosas aquisições.

Impressões adicionais:

Este é definitivamente meu tipo de livro. Interessante, inteligente e instrutivo. A capa é bem bonita, coberta por livros de uma biblioteca. O livro é dividido em quatorze capítulos. As folhas são de cor creme e o livro fisicamente é de excelente qualidade.

A história dos roubos na verdade pra mim foi um pano de fundo para as muitas curiosidades sobre o mundo dos livros e dos colecionadores.

Um rico vocabulário é sempre um ponto positivo pra mim. Nenhum erro de português e uma impressão de qualidade também me deixam muito feliz. As referências ao fim do livro também são ótimas e aguçam a vontade de enveredar pelas pesquisas feitas.

Um ponto que não gostei muito foi o final, primeiro pela tristeza de chegar ao fim de uma leitura gostosa e segundo pelo próprio fim do personagem principal que acho deveria ser mais conclusivo. Ter um fechamento. Mas devo entender que a autora como jornalista apenas se ateve a relatar os fatos.

Gostei bastante desse livro e o indico a todas as pessoas realmente apaixonadas e quase maníacas por livros, como eu. Creio que vão gostar também.