sexta-feira, 5 de agosto de 2016

Resenha - William March - Menina Má

MENINA MÁ
Páginas: 272
Editora DarkSide Books

Sinopse
Publicado originalmente em 1954, MENINA MÁ se transformou quase imediatamente em um estrondoso sucesso. Polêmico, violento, assustador eram alguns adjetivos comuns para descrever o último e mais conhecido romance de William March. Os críticos britânicos consideraram o livro apavorantemente bom. Ernest Hemingway se declarou um fã. Em menos de um ano, MENINA MÁ ganharia uma montagem nos palcos da Broadway e, em 1956, uma adaptação ao cinema indicada a quatro prêmios Oscar, incluindo o de melhor atriz para a menina Patty McComarck, que interpretou Rhoda Penmark.
Rhoda, a pequena malvada do título, é uma linda garotinha de 8 anos de idade. Mas quem vê a carinha de anjo, não suspeita do que ela é capaz. Seria ela a responsável pela morte de um coleguinha da escola? A indiferença da menina faz com que sua mãe, Christine, comece a investigar sobre crimes e psicopatas. Aos poucos, Christine consegue desvendar segredos terríveis sobre sua filha, e sobre o seu próprio passado também.
Menina Má é um romance que influenciou não só a literatura como o cinema e a cultura pop. A crueldade escondida na inocência da pequena Rhoda Penmark serviria de inspiração para personagens clássicos do terror, como Damien, Chucky, Annabelle, Samara, de O Chamado, e o serial killer Dexter.

Resenha

Eu particularmente tenho um grande fascínio por thrillers psicológicos envolvendo psicopatas e nesse caso o livro aborda a psicopatia infantil, com uma protagonista de apenas 8 anos de idade desprovida de qualquer sentimento e que é capaz de fazer de tudo para conseguir um objeto que deseje. Rhoda é bem madura para sua idade e as crianças a detestam e os mais idosos sentem uma enorme afeição pela menina.

O livro é narrado em terceira pessoa que mostra o leitor a estória mais ampla e não somente aos olhos da mãe, como também da escola e vizinhos. Temos na trama um personagem muito interessante que é o zelador do prédio de Rhoda, ele é uma pessoa um tanto revoltada e conturbada, gosta de aterrorizar crianças e odeia os moradores ricos do prédio onde trabalha, ele consegue ver que existe algo de muito errado com Rhoda, através da frieza com que ela reage as suas tentativas de aterrorizá-la.

Os pais de Rhoda se mudaram a pouco tempo e na nova escola Rhoda com sua mania de perfeição quer conseguir a medalha de melhor caligrafia que a escola está oferecendo e quando o prêmio foi concedido a um outro colega o ego da menina é ferido profundamente. No piquenique oferecido pela escola aos alunos, Rhoda inferniza o menino que ganhou a medalha e neste mesmo dia ao final do passeio o menino é encontrado morto e a medalha desaparece.

Christine, a mãe Rhoda, fica surpresa quando a menina não é aceita para o próximo ano letivo da escola e também por não terem chamado Rhoda para contribuir na homenagem ao menino morto, e irá começar a desconfiar que sua filha pode ter alguma ligação com a morte do menino quando começa se lembrar de outras situações que envolveram a filha no passado e expulsão de outras escolas. Sem seu marido por perto que está viajando a trabalho, ela tem que enfrentar a situação sozinha e entra em conflito consigo mesma.

A trama envolve do início ao fim através de uma narrativa fluída e que prende a cada virada de página, li o livro em apenas dois dias, apesar de capítulos um pouco logo coisa que geralmente deixa a leitura mais lenta para mim, isso não aconteceu com esse livro.

O livro por muitas vezes me deixou pensando que as coisas que Rhoda fazia estavam um pouco exageradas para sua idade, então resolvi pesquisar um pouco mais sobre psicopatia infantil e descobri uma criança de 8 anos na Índia que matou alguns bebês da família e foi encoberto pelos pais e também um de 6 que matou o amigo com um tiro e foi considerado o mais jovem assassino, ou seja psicopatia infantil realmente existe, apesar dos casos citados acima serem meninos, não seria tão improvável encaixarmos uma menina no cenário.

O livro me deixando pensando muito na mãe da menina, nos seus conflitos, e pelo que pesquisei os pais dessas crianças muitas vezes acobertam os crimes dos filhos, é realmente uma situação muito delicada e não desejo que nenhuma mãe passe por isso.

A trama é realmente sensacional do início ao fim, recomendo demais a todos que gostam ler sobre o tema. Vou ver se consigo assistir ao filme. Com certeza entrou para os favoritos. Não posso deixar de mencionar o padrão de qualidade do livro DarkSide Books, a capa está perfeita mostrando como as aparências podem enganar.


Sobre o autor

William March nasceu em uma família pobre no Alabama, em 1893. Alistou-se na Marinha e combateu na Primeira Guerra Mundial, tendo recebido condecorações dos governos norte-americano e francês. Largou a farda logo após o conflito, e os horrores do confronto lhe inspiraram a escrever seu primeiro romance, Company K. Publicou seis romances e quatro compilações de contos. Morreu em 1954, um mês após o lançamento do seu livro mais celebrado, Menina Má.




2 comentários:

  1. Estou esperando meu chegar! Bastante ansiosa para ler, gostei da sua resenha, vou seguir o blog!

    literalizza.blogspot.com

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  2. Não sei não, eu acho que eu entregaria meu filho / minha filha sem pensar duas vezes. Leio muitos livros sobre psicopatas e realmente não ficaria esperando para ser a próxima vítima, hahahaha... Também amei o livro, embora eu estivesse esperando mais sangue.

    bjs.

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Bjão
Equipe Cia do Leitor