18 de Abril - Dia Nacional do livro infantil e Monteiro Lobato

Neste mês de abril, duas datas comemorativas incentivam a leitura de livros infantis: 02/04 - Dia Internacional e 18/04 - Dia Nacional do Livro Infantil. (como já se passou dia 02 de abril, daremos continuidade a segunda comemoração).

O Dia Nacional do Livro Infantil, 18 de abril, foi foi escolhido pelo então presidente Fernando Henrique Cardoso, em 2002. A data foi escolhida por ser esse o dia do nascimento de Monteiro Lobato, um dos precursores da literatura infantil no País. Autor de inesquecíveis histórias infantis, entre elas O Sítio do Pica-pau Amarelo, cujos personagens Dona Benta, Visconde de Sabugosa, Pedrinho, Narizinho e Emília, marcaram a história da literatura infantil.

Conhecendo um pouco de sua história.

No dia dezoito de Abril de 1882, nascia na cidade de Taubaté no estado de São Paulo, um menino que iria se tornar um dos maiores escritores do nosso país. Seus pais foram o Sr. José Bento Marcondes Lobato e Dona Olímpia Augusta Monteiro Lobato. O menino recebeu o nome de José Renato Monteiro Lobato, mas com uma personalidade forte que já demonstrava, mudou o seu nome para José Bento Monteiro Lobato para poder usar A bengala do pai que tinha gravada as iniciais J.B.M.L. Monteiro Lobato teve mais duas irmãs: Ester e Judite, com as quais costumava brincar com sabugos de milho, chuchus, etc., que eram os brinquedos da época. Além das brincadeiras, ele gostava muito de ler, principalmente os livros da biblioteca do seu avô materno, o Visconde de Tremembé. 

Em 1900, aos 18 anos, Monteiro Lobato entrou para a Faculdade de Direito de São Paulo por imposição do avô, mas a preferência de Lobato era estudar na Escola de Belas-Artes. Pouco tempo depois após se formar, foi nomeado Promotor e um ano depois, em 1908, casou-se com Maria Pureza Natividade, e era chamada carinhosamente por “a Purezinha”. Monteiro Lobato teve quatro filhos: Edgar, Guilherme, Marta e Rute. Em 1911, após a morte do seu avô, herdou a fazenda Buquira, onde morou até 1917. Foi na fazenda que escreveu o “Jeca Tatu”, considerado na época símbolo do brasileiro rural, inculto, doente e sem estímulos para visualizar uma vida melhor. Monteiro Lobato mudou-se para São Paulo logo após vender a fazenda. 

Na cidade de São Paulo, escreveu artigos para o jornal “O Estado da São Paulo”, e em 1918, comprou a “Revista do Brasil”, mudando o nome para editora “Monteiro Lobato e & Cia.”. Publicou uma série de artigos sobre saúde com o título de “O Problema Vital” e fez muito sucesso com o livro “Urupês”. Mas em 1925 a editora foi à falência. Monteiro Lobato então se mudou para o Rio de Janeiro e fundou a “Companhia Editora Nacional”. Em 1927 foi morar em Nova Iorque, onde foi nomeado “Adido Comercial Brasileiro”. Monteiro Lobato ficou entusiasmado com o que viu nos Estados Unidos, pois os americanos já exploravam mineiros e o petróleo. Em 1929, perde tudo o que tem na Bolsa de Valores e acaba vendendo as suas ações da “Companhia Editora Nacional”. 

Em 1931 volta para o Brasil e funda a “Companhia de Petróleo do Brasil”. Em 1936, Monteiro Lobato publica um dossiê em prol do petróleo Chamado “O escândalo do Petróleo”. Com esse dossiê iniciaram-se vários atritos com o Governo, pois não se tinha o interesse pelo assunto, devido a isso, Monteiro Lobato chegou a ser preso em 1941. Em 1945, suas obras passaram a ser editadas pela “Brasiliense”, dando inicio a literatura infantil. Monteiro Lobato foi um homem a frente do seu tempo, usava os personagens infantis de uma maneira sutil para criticar a sociedade e o governo. Com “Narizinho Arrebitado” lança o “Sítio do Pica-Pau Amarelo” e seus célebres personagens como a “Emilia”, boneca de pano que diz tudo o que pensa. 

“Visconde de Sabugosa”, boneco feito de sabugo de milho que crítica os sábios que só acreditam em livros já escritos. “Dona Benta”, uma simpática vovó que aceita a imaginação criadora das crianças. “Tia Nastácia” a cozinheira e quituteira do sítio, senhora sem cultura, que vê no desconhecido o mal. Narizinho e Pedrinho são as crianças de ontem, hoje e do amanhã, curiosas e abertas para o mundo, querendo ser felizes, confrontando suas experiências com o que os mais velhos dizem, mas, sempre acreditando no futuro. E assim o “Pó de Pirlimpimpim” continuará a transportar as crianças do mundo inteiro ao “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, onde não há horizontes limitados por muros de concreto ou de idéias limitadas. 

Monteiro Lobato faleceu no dia quatro de julho de 1948, deixando para nós seu espírito jovem e sua coragem continuará viva no coração de cada criança. 

Fonte: shvoong.com

A maioria das escolas e bibliotecas espalhadas por todo o Brasil, promove eventos especiais durante a semana de 14 a 18 de abril. Aliás, o fato do Brasil ter, comprovadamente, 75% de seus habitantes considerados analfabetos funcionais faz com que a leitura seja efetivamente a habilidade número um a ser trabalhada nas escolas.

Mas, não é uma tarefa somente para professores, hoje com a internet, a facilidade de comunicação, pesquisas, troca de informações, aumenta a possibilidade de quem nunca teve o hábito de leitura a adentrar neste mundo. Famílias que antes não tinham chances de obter um livro por ser caro ou até raro, passaram a encontrar facilmente em sites como: biblioteca virtual ou domínio público.

Também existem blogs literários - nós - que usam o espaço pra além de divulgar livros de autores e suas respectivas editoras, mas também criam eventos através de parcerias a fim de presentear um leitor com uma obra literária.

Uma dica para a data de hoje não passar em branco… Vá à uma livraria com seu(sua) filho(a), neto(a), Irmã(o), Afilhado(a), ou àquela criança mais próxima de você, deixe que ele(a) escolha um livro, compre e melhor que tudo: Leia com ele(a) uma estória infantil. Ele(a) vai curtir e se lembrar deste dia feliz da infância para o resto de sua vida, e o melhor, você fará parte dessa lembrança.
Portanto, aproveite bastante esse momento e Feliz dia Nacional do livro infantil.