Resenha: Enfynie - de Patricia Fagundes

Enfynie

Livro 1 - A outra dimensão

Patricia Fagundes
Novo Século - Talentos da Literatura Brasileira

Sinopse: Natasha Fernandes era uma menina comum, de vida confortável e monótona, até encontrar um misterioso amuleto, que mudaria drasticamente sua realidade. As fantasias que ela imaginava existir somente em fábulas se tornam realidade: o amuleto abre uma passagem que a conduz abruptamente para outro mundo. Agora, em outra dimensão, Natasha tentará ser firme, e manter as esperanças de um dia retornar, e novamente encontrar sua família e seus amigos. Enquanto isso luta para sobreviver aos perigos e desafios existentes em Enfynie, um planeta em outra dimensão repleto de vida inteligente e criaturas fantásticas.

Resenha

Enfynie conta a estória de Natasha, uma garota comum de 22 anos. Natasha é meio mimada e anti-social. Ela não possui muitos amigos e costuma passar muito tempo em seu quarto sozinha. Mas embora não tenha muitos amigos, Natasha é especialmente ligada a sua família: seus pais, irmão e irmã. E a vida dela se resume basicamente entre a casa e a faculdade, embora ele não tenha muita paciência para assistir as aulas. Por outro lado, Natasha ama história e é super curiosa. Ela devora mitologia como ninguém.

Um belo dia enquanto estava andando de bicicleta pelo condomínio onde mora, Natasha se vê, do nada, passando por uma misteriosa neblina rasteira. E por causa dessa neblina ela não vê um pequeno objeto suspeito no chão até que seja tarde demais e ela, bem, acabe de cara no chão… Tratava-se de uma pequena estatueta de dragão, com estranhos olhos vermelho rubi.

Natasha foi chegando mais perto e agachou o corpo junto a uma estatueta dourada, muito estranha, do tamanho da palma de sua mão. As pedras cor de rubi cintilavam, refletindo a luz do sol. Não soube como chegou à conclusão de que se tratava de um dragão com olhos vermelhos, mas foi a primeira coisa que veio à mete, como se ele mesmo tivesse dito isso a ela. A boca dourada estava um pouco aberta, deixando seus dentes pontudos à mostra. Pegou-o do chão, ainda agachada. Era um pouco pesado. Talvez seja de ouro, pensou, curiosa.

Coincidência ou não, no dia seguinte ao acordar, Natasha vê um "pequeno" detalhe de diferente na sua casa… ou seria no seu mundo? Ao abrir a porta do seu quarto ela se depara com uma estranha fumaça negra no corredor do apartamento onde mora, e por mais que grite os nomes de seus familiares, ninguém responde. Claro que ela poderia se entocar no seu quarto até tudo se normalizar (em completa negação diga-se de passagem), mas ela percebe um outro problema, acabaram a energia e a água. Ao tentar pedir socorro pela janela, ela percebe que não tem ninguém, como se ela fosse a única pessoa que restou no mundo. Sem opções, ela resolve então enfrentar a fumaça negra para ver no que dá. E depois de muito tempo caminhando pela fumaça e depois de ficar completamente perdida na mesma, uma coisa ainda mais incrível acontece. Ela percebe que do nada ela está em uma caverna!

Ah, meu Vishnu, eu morri, desesperou-se, com os olhos arregalados. Morri e vim para o inferno, porque, além de estar entrando por um maldito túnel de pedra, ainda sinto dor de cabeça, frio e meu nariz tá sangrando.

Os problemas de Natasha estavam só começando, porque após encontrar uma estranha, e um primeiro momento assustadora, criatura, ela começa a perceber que ela talvez esteja um pouquinho longe de casa. Sabe, só um pouquinho… Sorte a dela, que Onglier acaba se revelando uma boa companhia e melhor ainda, alguém que compreende o que ela diz.

- É, Rio de Janeiro. Brasil, sabe?!(…)

- Nunca ouvi falar nesses lugares. Aqui é Gar.

(…)

- Não estamos no planeta Terra? - Era uma hipótese maluca que surgiu na sua cabeça ela acabou falando sem pensar.

Onglier franziu o cenho novamente.

- Não. Estamos em Enfynie.

(…)

- ENFYNIE NÃO É O MEU PLANETA! COMO FOI QUE EU VIM PARAR AQUI? - desesperou-se, andando para todas as direções. Quando se afastou um pouco de Onglier, conseguiu virar a cabeça, quebrando o contato visual. Continuou berrando: - QUE FLORESTA É ESSA, MEU OSÍRIS? EU MORRI? EU MORRI E ESQUECI DE CAIR DURA NO CHÃO? - Deu um tapa no rosto para ter certeza e foi andando em direção ao túnel, gritando: - AI, MEU DEUS! MOISÉS! VISHNU! ODIN! AMATERASU! ZEUS! MARIA MADALENA! GOKU! - Caiu de joelhos na grama, olhando para o céu e balançando os braços no ar, subitamente acreditando em todas as entidades possíveis e imaginárias.

Mas de nada adiantou ela pedir ajuda para todos os deuses que conseguiu se lembrar, até mesmo o grande Goku não pode ajudá-la naquele momento. Tudo parecia perdido para ela. Natasha não sabia onde estava e como diabos iria conseguir voltar para casa. Mas por sorte, acaba que Onglier tem ótimos contatos, e com a ajuda do rei daquela área, eis que surge uma possível solução: perguntar para o grande dragão E'rien. Esse dragão é um tipo de entidade evoluída, um dos primeiros habitantes de Enfynie, extremamente poderoso e aparentemente a única que pode indicar como Natasha pode voltar para a Terra.

Mas é claro que não será tão fácil assim para Natasha conseguir essa resposta. E agora Natasha vai ter de aprender a se virar nesse novo mundo, com novas criaturas, perigos, línguas e tudo mais que tem direito e tentar provar para todos e principalmente para si mesma, que ela é capaz de se cuidar sozinha.

Quando me falaram que a nossa parceira, a editora Novo Século, disponibilizou esse livro para resenha, a primeira coisa que me chamou atenção foi a capa, parece tanto os olhos de uma raposa demônio saída diretamente de um mangá! E é claro que após ler a sinopse eu fiquei ainda mais curiosa. Ou como a Dani disse, esse livro era a minha cara! Fiquei muito feliz ao ver que as páginas eram amareladas, sem dúvida isso melhora a leitura, por não cansar a vista dos leitores, arrasou Novo Século! O que foi perfeito para mim, já que devorei o livro em dois dias...

Devo dizer que eu gostei muito do livro. Patricia Fagundes escreveu um ótimo primeiro livro. Ela foi detalhista e se preocupou em criar línguas (incluindo regras gramaticais), novas formas de vida detalhadas, todo um planeta e culturas distintas (a fanática por O Senhor dos Anéis aqui aprovou!). Ela até mesmo criou uma história para Enfynie e seus povos. Eu achei o início do livro meio parado, quando ela ainda estava no nosso mundo. Não achei muito necessário saber detalhes sobre a família da Natasha (talvez eu venha a me surpreender ainda, vai que realmente era importante…). Mas depois que ela chega a Enfynie o livro passa a ficar mais empolgante. Acho que poderia ter tido mais ação, mais desafios, mas como se trata de uma trilogia eu já esperava esse tipo de abordagem. É provável que o ritmo acelere no segundo livro. Existem momento de ação e luta nesse livro, e nesses momentos a narração foi muito boa, ela consegue te levar para a cena. Teve momentos em que ri com a Natasha e outros em que ela me irritou, super normal. E o final… bem digamos apenas que ele me deixou com gostinho de quero mais (e como quero...).
Sem dúvidas estarei esperando o lançamento do próximo livro para ver o que acontece! 4 estrelas e que venham os próximos! Estou aqui rezando para que o livro 2 não demore muito a ser lançado!

Sobre a autora

Patrícia Fagundes é uma estudante carioca do curso de Relações Internacionais, cantora e escritora. Sempre gostou de entreter as pessoas, seja com música, desenhos, teatro ou contando estórias; por issp, viu no Youtube uma ótima ferramenta para tentar alcançar o mundo. Enfynie - a outra dimensão é o seu primeiro livro, embora ela ainda tenha muitas outras estórias e ideias para escrever.