Resenha: Portão dos Mortos - de David Gilman

Portão dos Mortos

Mestre da Guerra - Livro 3

David Gilman

Editora Novo Século

Skoob

Sinopse: TOSCANA, 1358. Thomas Blackstone construiu uma formidável reputação no exílio, lutando como mercenário em meio ao incessante conflito interno das cidades- estado italianas. Sua fama despertou muitos inimigos, que aproveitarão qualquer oportunidade para destruir o homem que não podem superar no campo de batalha.

Quando um homem à beira da morte entrega uma mensagem chamando Blackstone de volta à Inglaterra, parece quase certo que é uma armadilha. No entanto, Thomas não pode recusar – a convocação aparentemente é da Rainha.

Não bastasse seu caminho já repleto de terrores, ele ainda será assombrado por um assassino notório, instruído a infligir a máxima dor a seu alvo antes de mandá-lo para os portões do inferno. 

Blackstone, a lenda forjada em batalha, já desafiou a morte. Agora ela está em seu encalço, muito mais faminta.

Resenha

Livro cedido de cortesia pela Editora Novo Século para resenha.

No final do último livro, Thomas seguia em direção à Itália, em exílio, após ter tentando matar o rei da França. Em seu exílio, Thomas acaba se tornando um comandante ainda mais notório. Sua fama se espalhou ainda mais pelo continente após inúmeras batalhas travadas no território italiano. Mas é claro que, com tanta fama e vitórias, o número de inimigos também não pára de crescer. Dentre eles, governantes de algumas cidades estado italianas.

Mas tanto esses inimigos, quanto o seu contrato como mercenário, ficam em segundo plano quando ele recebe uma mensagem do seu Rei, o convocando de volta para a Inglaterra. É claro que tal convocação pode ser uma armadilha de um dos seus inúmeros inimigos. E ainda que seja real, viajar da Itália até a Inglaterra representa um grande risco, pois a qualquer momento ele pode ser encurralado em uma armadilha, devido a toda a distância que deverá percorrer. Mas mesmo sabendo de todos os perigos, como leal súdito de seu Rei, Thomas decide seguir viagem até sua terra natal, e pretende chegar no prazo determinado na mensagem.

Há inimigos esperando por você; seus assassinos já fizeram a primeira tentativa. Isso foi apenas o começo.

Essa convocação não é a única preocupação de Thomas. Como não poderia deixar de ser, ele está preocupado com Christiana e seus filhos, os quais não vê desde quando eles se separaram. As últimas notícias que teve da família dizia muito pouco sobre eles ou sua localização. Desde a captura do Rei da França, o território francês está mais violento do que nunca. Entre mercenários, soldados ingleses, soldados franceses fiéis a coroa e soldados franceses do Navarre, toda a França é um verdadeiro campo de batalha, sem lugares seguros. A França não parece está nem remotamente em condições de pagar pelo resgate do seu Rei, e o Delfim está se demonstrando um governante extremamente ineficiente. 

Se usarmos nossas mentes, viveremos o bastante para ver a Inglaterra de novo.

E a situação acaba de piorar ainda mais, principalmente para a família do Thomas, quando surge uma revolta dos camponeses. Conhecidos como Jacques, esse exército de camponeses está varrendo a França, matando cavaleiros e suas famílias, sem poupar nem mulheres e crianças. Matando, estuprando, saqueando e queimando, os Jacques estão espalhando um verdadeiro inferno sobre qualquer um que não seja camponês. E como Thomas não sabe onde sua família está, ele teme que eles estejam no caminho de um dos “exércitos” dos Jacques.

Guerreiros que tinham anjos nas costas tinham ou o diabo ou Deus nos corações.

Mas recuperar a sua família, para garantir a segurança da mesma, não será nada fácil. Ele deverá primeiro cumprir seu papel como um soldado do seu Rei, para então poder salvar sua família. Enfrentando ao mesmo tempo toda sorte de inimigos, alguns declarados, outros muito mais ardilosos.

À exemplo da narrativa dos dois primeiros livros, Portão dos Mortos tem uma pegada que vai te levando através das páginas de forma fluída. Misturando ficção com fatos históricos, a estória de Thomas nos permite desbravar um pouco mais a história da guerra entre a Inglaterra e a França, que se arrastou durante tanto tempo. Novamente temos batalhas e personagens históricos reais interligados com a vida do Thomas, participando ativamente do desenrolar do livro. O livro é recheado de ação do início ao fim, sem ter nenhum um segundo de sossego. O que não faltam são batalhas e intrigas, para causar vários infartos.

A narrativa mais uma vez não fica fixada no Thomas, mostrando também eventos que estão ocorrendo com outros personagens, sejam eles amigos ou inimigos do Thomas. Isso ajuda a não só ter uma visão ampla das intrigas e conspirações, como também a enxergar a guerra em toda a sua horrorosa glória.

Tome de um homem aquilo que ele ama e depois o tome assim que ele souber o que perdeu.

Thomas é um personagem impactante e que, por incrível que pareça, ainda está em crescimento. De menino ingênuo à um comandante temido e implacável, Thomas é um dos personagens mais bem construídos que ja conheci. E o mesmo pode ser dito de muitos outros personagens, mesmo aqueles considerados coadjuvantes, todos tem profundidade e são extremamente humanos.

Embora eu sempre tenha sido uma fã de fantasias, eu nunca realmente tinha lido uma série como essa, em que a ficção se mistura com a história real. Felizmente eu comecei com essa série, pois fiquem com uma ótima impressão desse tipo de literatura e agora estou até mesmo iniciando outros séries do gênero. Então sem dúvidas eu recomendo a leitura dessa série, mesmo que você não seja AINDA um fã do gênero.

Classificação

Sobre o autor

David Gilman é um escritor de televisão Inglês e romancista .

Antes de se tornar escritor, David era anteriormente um bombeiro, fotógrafo e soldado no Pelotão de Reconhecimento do Regimento de parquedistas.

David também é um escritor de TV e de 2000 a 2009 ele foi escritor principal em A Touch of Frost

David vive atualmente em Devon com sua esposa.