sexta-feira, 26 de julho de 2019

Resenha: O Sal das Lágrimas, de Ruta Sepetys


Fiquei deveras feliz quando nossa ex-parceira Editora Arqueiro, com a finalidade de manter contato e valorizar seus ex-parceiros, resolveu presentear-nos com livros de nossa escolha. 

Não pensei duas vezes ao mencionar um livro que estava paquerando antes mesmo de sua publicação aqui no Brasil. Mal sabia eu que estre livro seria publicado pela Editora Arqueiro, e igualmente não sabia que um dia a mesma estaria me enviando... Estou falando de O Sal das Lágrimas, de Ruta Sepetys, a mesma autora do livro "A Cinza em tons de cinza" (outro livro que preciso muito ler).


O Sal das Lágrimas
Ruta Sepetys
Páginas: 320
Editora: Arqueiro
Inverno de 1945, Segunda Guerra Mundial.

Quatro refugiados, quatro histórias.

Joana, Emilia, Florian, Alfred. Cada um de um país diferente. Cada um caçado e assombrado pela tragédia, pelas mentiras e pela guerra. Enquanto milhares fogem do avanço do exército soviético na costa da Prússia, os caminhos desses quatro jovens se cruzam pouco antes de embarcarem em um navio que promete segurança e liberdade. Mas nem sempre as promessas podem ser cumpridas...

Profundamente comovente, O Sal das Lágrimas se baseia em um acontecimento real. O navio alemão Wilhelm Gustloff foi afundado pelos russos no início de 1945, tirando a vida de mais de 9 mil refugiados civis, entre eles milhares de crianças. É o pior desastre marítimo da história, com seis vezes mais mortos que o Titanic.

Ruta Sepetys, a premiada autora de A Vida em Tons de Cinza, reconta brilhantemente essa passagem por meio de personagens complexos e inesquecíveis.

Ficção / Jovem adulto / Literatura Estrangeira / Romance
Resenha:

Este livro não se trata apenas de um romance ficcional, neste livro temos fatos verídicos, acontecimentos históricos que precisamos de alguma forma ter conhecimento. Eu mesma não conhecia esse lado da historia e fiquei surpresa com o que descobri. Na guerra todos somos vítimas, seja do lado aliado ou inimigo.
SOMOS ALEMÃES!
Existem duas possibilidades:
Ou somos bons alemães,
Ou somos maus alemães.
Se somos bons alemães, está tudo bem.
Se somos maus alemães,
então há duas possibilidades.
O livro é narrado por quatro personagens, Joana, Emília, Florian e Alfred, cada um vive seus dramas e cada um tem seus segredos, segredos esses que faz o leitor querer descobrir de qualquer forma o que pesa tanto em suas consciências. E acredite, não largamos o livro até que eles sejam revelados.  

Em meio ao caos que a guerra proporcionam às suas vitimas, vemos esses quatros refugiados seguindo em frente em busca da liberdade e salvação, vieram de pontos diferentes da Europa, mas em um momento da jornada a vida deles se cruzam e resolvem juntar suas habilidades e coragem para ajudar um ao outro.

Juntos com eles temos a companhia de um sapateiro, uma cega, uma jovem "gigante" senhora e um órfão de cindo anos. Todos, eu disse todos, de alguma forma serão importantes para o destino de cada protagonista. Fugir de seus lares para salvar suas peles e suas historias é algo quase impossível, mas a esperança dessa conquista é o que faz desse grupo tão especial lutarem juntos para embarcar no navio alemão Withelm Gustloff.

A cada página lida eu mergulhava cada vez mais na vida dessas pessoas, eu sentia suas aflições, seus medos, suas dores. É isso que esse tipo de leitura faz comigo, mexe com meus sentidos, minhas emoções, me leva ao limite e me faz chorar pelo atos desumanos. Eu me envolvi demais com alguns personagens, tive que ir até o final para entender outros, e lamentei demais o destino de todos, todas as vitimas dessa megera chamada guerra.

Não poderei me aprofundar mais nos detalhes, essa resenha de alguma forma se encheria de spoilers, mas, como o livro é baseado em um fato histórico, já é de se imaginar qual seria o destino de mais de 10 mil pessoas... 

Claro que, em toda guerra temos perdas, e essas perdas são irreparáveis e insubstituíveis, são feridas que estarão abertas sempre, são lembranças que jamais serão apagadas. Porém, suas historias estarão sempre ali, pra representar o que o homem pode fazer de mal ou de bom para os seus semelhantes. Cabe a gente escolher o lado em que queremos ficar.

Livro cruel, impressionante e emocionante, impossível de largar até que descubramos o final dele. Indicadíssimo para os amantes de romances ficcionais da segunda guerra mundial.

Editora Arqueiro mais uma vez de parabéns pela maravilhosa publicação.


Sobre a autora:

Nascida e criada em Michigan, nos Estados Unidos, Ruta Sepetys é filha de um lituano refugiado. Os países bálticos – Estônia, Letônia e Lituânia – sumiram do mapa em 1941, anexados pela União Soviética, e só reconquistaram sua independência na década de 1990. Com A vida em tons de cinza, seu primeiro romance, Ruta pôde dar voz às centenas de milhares de pessoas que, de alguma forma, foram atingidas pelo genocídio perpetrado por Stalin. Ruta mora com a família no Tennessee.


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Bjão
Equipe Cia do Leitor