quarta-feira, 28 de junho de 2017

Resenha: Quando a Bela domou a Fera - de Eloisa James

Quando a Bela Domou a Fera
Páginas: 320
Editora: Arqueiro
Sinopse:
Eleito um dos dez melhores romances de 2011 pelo Library Journal, "Quando a Bela domou a Fera" é uma releitura de um dos contos de fadas mais adorados de todos os tempos.
Piers Yelverton, o conde de Marchant, vive em um castelo no País de Gales, onde seu temperamento irascível acaba ferindo todos os que cruzam seu caminho. Além disso, segundo as más línguas, o defeito que ele tem na perna o deixou imune aos encantos de qualquer mulher.
Mas Linnet não é qualquer mulher. É uma das moças mais adoráveis que já circularam pelos salões de Londres. Seu charme e sua inteligência já fizeram com que até mesmo um príncipe caísse a seus pés. Após ver seu nome envolvido em um escândalo da realeza, ela definitivamente precisa de um marido e, ao conhecer Piers, prevê que ele se apaixonará perdidamente em apenas duas semanas.
No entanto, Linnet não faz ideia do perigo que seu coração corre. Afinal, o homem a quem ela o está entregando talvez nunca seja capaz de corresponder a seus sentimentos. Que preço ela estará disposta a pagar para domar o coração frio e selvagem do conde? E Piers, por sua vez, será capaz de abrir mão de suas convicções mais profundas pela mulher mais maravilhosa que já conheceu?
Ficção / Literatura Estrangeira / Romance
Resenha:

Lady Linnet Berry Thrynne, jovem, linda, sonhadora, cheia de atributos que certamente a conduziria para o altar. Poderia se tornar uma princesa, uma duquesa, condessa, se não fosse os boatos criados a seu respeito, a partir de alguns "desvios" de comportamento e mal entendidos. Ela vivia em uma época que, apenas mostrar a canela era inapropriado, o que dirá beijos com um pretendente. Jovens damas não podiam serem vistas sozinhas em encontros marcados ou fortuitos, sempre deveriam estar em companhia de uma Aia ou pessoas da família.

Linnet tenta se prender a esses valores e costumes, principalmente por conta do passado de sua falecida mãe que de certa forma manchou o nome da família. E agora, ela paga pelos erros de sua mãe, vive em meio de pessoas preconceituosas e maliciosas, com o intuito de recriminá-la e difama-la perante a sociedade.

Foi por conta do ultimo boato criado sobre Linnet que a fez escolher aceitar conhecer um pretendente no Pais de Gales, talvez o único disponível para sua atual condição. Afinal, tinha que limpar seu nome e apenas alguém distante, que não conhecia sua historia, viria a aceitar a bela dama. 

Mas, ao conhece-lo percebeu que não seria tão fácil assim conviver e conquistar seu futuro marido. Primeiramente porque a fama de Piers Yesverton era tão péssima quanto a sua, e segundo, Piers não estava disposto a facilitar as coisas para Linnet. Desde o inicio mostrou-se desinteressado e um tanto difícil de ser domado por conta de seu temperamento e comportamento grosseiro.
"Seus olhos eram azuis, mas gelados, como um inverno rigoroso. Ele não parecia civilizado. Ninguém colocaria aquele rosto em uma moeda, romana ou qualquer outra. Ele parecia muito grosseiro... muito... muito feroz."
Piers era excelente médico local, ora admirado por conta de sua competência e sucesso profissional, ora odiado por ter um comportamento frio, sarcástico, intolerante e mal-humor. Devido a traumas que viveu em sua infância e principalmente pelo desconforto de ter uma deficiência na perna por causa de um acidente que nunca esquecera, se tornara áspero como uma fera. A verdade ele não tinha nenhum interesse de manter laços de amizade e/ou relacionamentos amorosos com ninguém, ter uma vida sossegada era o mais almejava. Era um homem de poucas palavras, e as poucas que usava, eram sempre carregadas de amarguras.

E ao saber que seu detestável pai, encontrara uma pretendente para tornar-se sua esposa, Piers odiou Linnet sem ao menos por os olhos nela. .. Até o dia que eles finalmente se encontram e alguma coisa mudou.

Impressões:

A principio quando solicitei este livro pra leitura, não fazia ideia de que se tratava de um romance de época, pensei que seria uma releitura de A Bela e a Fera, mas eu estava enganada. Mas,ao começar a leitura fui fisgada para o mundo de Linnet e Piers, alguns séculos passados, na época de castelos, carruagens, príncipes e casamentos arranjados.

Fui apresentada a Linnet Thrynne, e logo percebi quão era fútil, não a julgo, donzelas na sua idade queriam apenas casar-se com um bom partido, e a concorrência era grande. As armas que Linnet possuía eram sua beleza, sua sabedoria e status de filha do Visconde  de Sundon. Tinha que preocupar-se em manter suas qualidades intactas e estaria pronta pra usá-las a seu favor se fosse necessário. Linnet tinha consciência que sua beleza poderia deixá-la como sua mãe, e temia isso. Por isso tentava ser cautelosa, mas nem todo o zelo foi-lhe o bastante pra deixar de cair nas más-línguas.

Se tem uma coisa que nunca deixou de existir neste planeta, são pessoas invejosas, intrometidas e fofoqueiras. Infelizmente Linnet caiu na rede de intrigas e mesquinharias que a sociedade pode erguer em torno dos injustiçados. E fugir dos murmúrios maldosos foi a sua unica opção. Correr para os braços de alguém tão cheio de problemas com a sociedade quanto ela. Pronto! O casal Mal-dito estava formado. rsrsrs

O que Linnet e Piers tinha em comum? Tudo!
Ambos são rejeitados pela sociedade, são difíceis de domar, tem personalidades fortes e vão direto ao ponto em seus objetivos, sem rodeios e pudor. Vão a luta!
Mas, esse encontro que a princípio foi consumido por faíscas de irritações e olhares de esguelhas, tornou-se um caso amoroso, cheio de mãos aqui e ali. E foi aí que eu bati o martelo.

Acho me assustei com o avanço do casal, posso estar enganada, mas, creio que naquela época mesmo as mulheres mais promiscuas não faziam o sexo que Linnet sozinha aprendeu a fazer.  Isso torna a mocinha, pura e virgem uma super-mega-promiscua? 
Se me dissessem que eu estava lendo um livro contemporâneo, eu certamente aceitaria tais atos. Mas, seculos atrás era um tabu!
Sério pessoal, não tenho nada contra o sexo por si só, apenas acho que não combina com a época, para jovens-virgens-recatadas como muitas vezes nos são apresentadas.

Isso não fez do livro ruim, longe disso. Sei que tem uma legião de fãs que apreciam dessa forma, mas como estamos falando de MINHAS impressões estou no direito de questionar. :)

Adorei o duque Piers, ele tem uma pegada de Dr. House. E minhas suspeitas foram esclarecidas no final do livro quando a autora em nota, disse ter se inspirado em alguns personagens para cria Piers, inclusive Dr. Gregory House. Um excelente médico, que consegue diagnosticar doenças sem dificuldade, tem uma personalidade forte e um tanto sarcástico, embora não pareça, ama salvar vidas. Todos o acha uma fera, por conta mal-humor e do jeito grosseiro de ser, mas sabem que ele é incrível na sua profissão. Pra ficar ainda mais parecido com Dr. house, ele manca e usa bengala e é rodeado por uma equipe de acadêmicos... Semelhança? Não, Inspiração de fã mesmo.

Os demais personagens me pareceram coadjuvantes nessa história, alguns sumiram de vez, outros surgiram, mas não fizeram muita diferença, porque a historia gira de fato em torno do casal Pier e Linnet. O livro de repente tomou um rumo diferente que fez toda a trama se acelerar, e teve um desfecho muito bonito e esperado.

Gostei muito da narrativa da autora, das descrições do local e período, das pesquisas feitas para incluir as doenças da época, mesmo não tendo a magia do clássico da Disney, manteve uma magia de contos de fadas no ar.  Ficou tudo muito lindo e encantador. A edição está igualmente linda, capa, diagramação, fonte mediana, papel pólen. Perfeito!

Indico a todos os amantes de romances de época, e desculpe se não apreciei as partes hots. Mas, sei que muitas pessoas vão amar e vibrar!

Boa leitura pessoal!


Sobre o autor:

Eloisa James escreveu seu primeiro romance depois de se formar em Harvard, mas o manuscrito foi rejeitado por todas as editoras. Depois de obter mais alguns diplomas e arranjar emprego como professora especializada em Shakespeare, ela tentou novamente, dessa vez com mais sucesso. Mais de 20 best-sellers depois, ela dá cursos sobre Shakespeare na Fordham University, em Nova York, é mãe de dois filhos e, numa ironia particularmente deliciosa para uma autora de romances, é casada com um legítimo cavalheiro italiano.




ASSISTA A VÍDEO RESENHA!



8 comentários:

  1. querida Ni, adoooooro romance de época, acho até que deveria ter nascido na Idade Média, tamanho é meu encanto por capas e espadas e armaduras e castelos e um montão de outras coisas...
    suas resenhas têm o poder de me ligar, não sei ao certo, eu acabo sendo arremessado para dentro de sua leitura e me imagino lendo com o seu olhar.
    sem contar a forma hilária com que você trata alguns trechos: "Isso torna a mocinha, pura e virgem uma super-mega-promiscua?" - eu fico rolando de rir. você tem um dom enorme!
    e olha, ao contrário dos puritanos de plantão, sou chegado a um trechinho hot.
    parabéns querida, por mais esta resenha saborosa! dica anotada!

    Rodolfo - Ler para Divertir

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    Respostas
    1. Hahahaha!! Quero deixar claro que não sou puritana! Só não engulo o erotismo explícito em romances de época... Bom, se a historia é de uma mulher da vida, aí dá pra engolir. Mas, uma donzela-recatada-puritanas... Não!

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    2. Este comentário foi removido pelo autor.

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    3. já não se fazem mais donzelas-recatas-puritanas(-e do lar) como antigamente... aliás, nem antigamente pelo jeito rsrsrs

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  2. Acho que apesar de ser um romance de época, tem um pouquinho de releitura de A Bela e a Fera, não? Faz tempo que eu li, hahahahaha.
    Beijos
    Mari
    Pequenos Retalhos

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  3. Acho essa capa tão linda. Ainda não li mas pretendo ler nas férias. A resenhista do meu blog leu e amou, então me despertou a curiosidade. Quem sabe eu gosto tb ne? bjs
    Jordana

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  4. Oi Ni!

    Eu adorei sua resenha pois pensei que era uma releitura de A Bela e a Fera, mas também estava enganada. Sua opinião me deixou com muita vontade de ler, vou tentar comprar ele logo para acabar com a curiosidade.

    Bjos

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  5. Eu li há mais de um ano, em ebook e gostei bastante. Lembro que na época fiquei curiosa com o livro por saber que a autora havia se inspirado em Hugh Laurie como House e que criara a sua própria história com ele :-)
    Bj, Aris.
    https://arismeire.blogspot.com.br/

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Bjão
Equipe Cia do Leitor